O mercado físico do boi gordo voltou a registrar valorização nesta quinta-feira (10), dando continuidade ao movimento de recuperação dos preços observado nos últimos dias. De acordo com análise do consultor Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o cenário atual indica espaço para novos reajustes no curto prazo, sustentado principalmente pela posição das escalas de abate, que se mantêm curtas — entre cinco e seis dias úteis, em média, em todo o país.
Além do fator oferta, a demanda aquecida também tem influenciado diretamente na firmeza dos preços. Iglesias destaca que o mercado externo segue sendo um dos grandes motores de sustentação, com exportações em bom ritmo.
No cenário interno, o consumo de carne bovina também cresça durante a primeira quinzena do mês, especialmente com a proximidade do feriado prolongado, que tradicionalmente impulsiona a reposição ao longo da cadeia produtiva.
As cotações da arroba do boi gordo registraram leve avanço em algumas das principais praças de comercialização. Em São Paulo, o preço subiu para R$ 328,42. Em Minas Gerais, a arroba chegou a R$ 320,88. Já em Mato Grosso do Sul, a cotação foi a R$ 321,93, enquanto em Mato Grosso saltou para R$ 324,66. A única exceção foi Goiás, onde houve recuo para R$ 320,71.
No mercado atacadista, as previsões se confirmaram com uma alta generalizada nos preços da carne bovina. Segundo Iglesias, o movimento de valorização foi especialmente perceptível no dianteiro bovino, que apresentou comportamento mais firme diante do aumento na demanda. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 20 por quilo. Já o quarto traseiro segue a R$ 26, enquando a ponta de agulha ainda é cotada a R$ 18 por quilo.
A tendência é de que esse cenário se mantenha no curto prazo, com os frigoríficos e varejistas buscando reforçar seus estoques diante da perspectiva de consumo aquecido nos próximos dias.
