O mercado físico do boi gordo registrou negociações acima da média nesta quinta-feira (29), impulsionado principalmente pelo encurtamento das escalas de abate por parte de frigoríficos de menor porte. De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, essas unidades estão sendo forçadas a pagar mais para garantir a compra de animais, o que tem gerado elevações pontuais nos preços. No entanto, o especialista destaca que o movimento ainda ocorre de forma comedida, sem altas explosivas.
A boa notícia do dia veio da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que declarou o Brasil livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação deve abrir novas portas para a carne bovina brasileira em mercados de alto valor agregado, como o Japão, segundo Iglesias. O reconhecimento fortalece a imagem da pecuária nacional e pode influenciar positivamente as cotações nos próximos meses.
Nesta quinta, a arroba do boi gordo foi cotada a R$ 305,50 em São Paulo. Em outros estados, os preços ficaram em R$ 288,75 em Goiás, R$ 287,35 em Minas Gerais, R$ 303,86 em Mato Grosso do Sul e R$ 300,26 em Mato Grosso.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina recuaram. O quarto traseiro foi precificado a R$ 23 por quilo, com queda de R$ 0,90. O quarto dianteiro caiu R$ 0,50 e foi vendido a R$ 18,50 por quilo. Já a ponta de agulha ficou em R$ 18 por quilo. Iglesias aponta que a expectativa é de melhora no escoamento da carne na primeira quinzena de junho, mas o setor acompanha com cautela o comportamento dos preços da carne de frango, que vêm em queda.
Nesse cenário, a tendência é de que os consumidores optem por proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos, ao longo do ano.