O mercado físico do boi gordo voltou a registrar negócios abaixo das referências médias nesta quarta-feira (21), pressionado pela boa disponibilidade de animais para abate ao longo de maio. A avaliação é do analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, que projeta continuidade do movimento de baixa no curto prazo.
Segundo Iglesias, o setor também acompanha com cautela os desdobramentos do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) detectado em uma granja comercial no município de Montenegro (RS). Apesar da apreensão inicial, o especialista ressalta que os protocolos sanitários estão sendo rigorosamente cumpridos e que, mantido o cenário atual, o fluxo de exportações deve ser normalizado em um prazo de 28 a 60 dias.
Os preços da arroba do boi gordo seguem em queda nas principais praças pecuárias do país. Em São Paulo, a cotação média foi de R$ 302,50, abaixo dos R$ 304,83 registrados no dia anterior. Em Goiás, o preço caiu para R$ 287,14 (ante R$ 288,75). Em Minas Gerais, a arroba recuou de R$ 293,24 para R$ 291,65. No Mato Grosso do Sul, o valor passou de R$ 300,91 para R$ 300,57. Já no Mato Grosso, a queda foi de R$ 298,38 para R$ 298,04.
No mercado atacadista, os preços também seguiram em baixa. O consumo mais moderado na segunda quinzena do mês e a reposição mais lenta entre atacado e varejo têm pressionado o ambiente de negócios, com tendência de novos recuos nos próximos dias. “A preferência de boa parte da população por proteínas mais acessíveis é uma tendência incontestável em 2025”, pontuou Iglesias.
Entre os cortes mais comercializados, o quarto traseiro segue cotado a R$ 23,90 por quilo. O quarto dianteiro recuou R$ 0,40, sendo negociado a R$ 19,00 por quilo. A ponta de agulha permanece em R$ 17,80 por quilo, sem alterações.
No câmbio, o dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,47%, cotado a R$ 5,6406 para venda e R$ 5,6386 para compra. Durante a sessão, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,6386 e a máxima de R$ 5,6406. A estabilidade no câmbio pode ajudar a conter os custos de produção no setor pecuário, especialmente em relação a insumos importados.