O mercado físico do boi gordo voltou a registrar recuo nos preços nesta terça-feira (20), mantendo a tendência de baixa observada nas últimas sessões. Segundo análise de Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o ambiente de negócios ainda indica espaço para novas quedas no curto prazo, impulsionado principalmente pelas escalas de abate confortáveis, que seguem posicionadas entre oito e nove dias úteis na média nacional.
De acordo com Iglesias, o mercado também demonstrou ter assimilado com rapidez as preocupações iniciais em torno do foco de Influenza Aviária de alta patogenicidade detectado no Rio Grande do Sul. A avaliação geral é de que a situação tende a ser controlada sem maiores impactos estruturais para o setor pecuário.
Apesar da pressão negativa nos preços, o analista destaca que as exportações brasileiras de carne bovina continuam em ritmo acelerado, com o país a caminho de bater mais um recorde de embarques, o que ajuda a mitigar, em parte, os efeitos da demanda doméstica enfraquecida.
Na praça paulista, a arroba do boi foi negociada a R$ 304,83. Em Goiás, o preço ficou em R$ 288,75. Já em Minas Gerais, a referência foi de R$ 293,24. No Mato Grosso do Sul, a cotação atingiu R$ 300,91, enquanto no Mato Grosso ficou em R$ 298,38.
No mercado atacadista de carne bovina, os preços permaneceram estáveis nesta terça-feira. No entanto, o cenário ainda sugere pressão de baixa para os próximos dias, diante do consumo mais contido característico da segunda quinzena do mês. A preferência do consumidor por proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos, segue influenciando negativamente a demanda por carne bovina.
Assim, o quarto traseiro segue cotado a R$ 23,90 por quilo, o dianteiro a R$ 19,40 por quilo e a ponta de agulha a R$ 17,80 por quilo.