A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com os últimos três meses de 2024, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo IBGE. O principal motor desse avanço foi a Agropecuária, que apresentou uma forte alta de 12,2% na comparação com o trimestre anterior, refletindo a boa safra e o aumento da produtividade no campo.
Entre os destaques da produção agrícola estão a soja, com crescimento estimado de 13,3%, o milho (11,8%), o arroz (12,2%) e o fumo (25,2%), segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Esse desempenho ajudou a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) para R$ 3 trilhões no período, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 431,1 bilhões oriundos de impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
Outros setores da economia apresentaram desempenho mais modesto. Os Serviços subiram 0,3% e a Indústria registrou leve recuo de 0,1%. Dentro da indústria, houve retração nas Indústrias de Transformação (-1,0%) e na Construção (-0,8%), mas resultados positivos em Eletricidade e gás, água e esgoto (1,5%) e nas Indústrias Extrativas (2,1%).
Já entre os serviços, as maiores altas vieram de Informação e comunicação (3,0%), Atividades imobiliárias (0,8%) e Administração pública (0,6%). Por outro lado, houve queda no setor de Transportes (-0,6%).
Do lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,0% e os investimentos (medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo) avançaram 3,1%, elevando a taxa de investimento para 17,8% do PIB — acima dos 16,7% registrados no mesmo trimestre do ano passado. A taxa de poupança também cresceu, alcançando 16,3%.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o PIB subiu 2,9%. Nesse cenário, todos os grandes setores apresentaram crescimento: Agropecuária (10,2%), Indústria (2,4%) e Serviços (2,1%). As exportações de bens e serviços cresceram 1,2%, enquanto as importações avançaram 14,0%, puxadas principalmente por bens de capital e equipamentos.
O crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres foi de 3,5%. A Agropecuária (1,8%), a Indústria (3,1%) e os Serviços (3,3%) contribuíram para esse resultado. Entre os investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo teve alta expressiva de 8,8%, sinalizando um ambiente mais favorável para a expansão da capacidade produtiva no país.
Apesar de ainda haver desafios, como o desempenho instável da indústria e a alta das importações, os números do primeiro trimestre mostram uma retomada consistente, com base sólida no agronegócio e sinais positivos no consumo e nos investimentos. A próxima divulgação do PIB está prevista para o dia 2 de setembro.