Na coluna De Olho no Mercado desta terça-feira (27), Fabiano Reis destaca que o cenário atual do mercado do gado pronto apresenta uma combinação inusitada - aumento nos preços pagos aos pecuaristas e redução nas escalas de abate. Essa dinâmica se justifica pelo encerramento da safra de bois, tradicionalmente marcada pela maior oferta de animais para abate no ano.
Conforme antecipado pela coluna, o preço do bezerro segue firme e registra alta significativa, superando em quase 5% os valores de abril. Os dados preliminares do IBGE para o primeiro trimestre de 2025 confirmam um aumento de 3,8% nos abates, com maior participação de fêmeas, refletindo também na leveza das carcaças e na produção total de carne bovina, que cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse aumento no abate de fêmeas levanta um alerta: a escassez futura de animais para engorda. A tendência é de um mercado de reposição mais restrito em 2026, especialmente para terminadores que dependem de compras tardias. A cadeia produtiva já começa a sentir os efeitos, com menor disponibilidade de gado magro e bezerros para venda, o que pressiona leilões e outras formas de comercialização.
A movimentação atual evidencia o papel estratégico da pecuária de cria, cujas decisões impactam toda a cadeia da carne bovina. O setor precisa se preparar para um cenário de oferta limitada e custos mais altos, exigindo planejamento e antecipação nas aquisições para garantir eficiência e competitividade.
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