O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (28) em queda de 0,46%, aos 138.887,81 pontos, em um movimento de correção após altas recentes. A Bolsa oscilou entre a máxima de 139.546,93 e a mínima de 138.579,90 pontos, em meio a um cenário de forte geração de empregos no Brasil e crescente cautela com a inflação nos Estados Unidos, conforme apontou a ata do Federal Reserve (Fed).
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, mostrou a criação de 257,5 mil vagas formais em abril, muito acima da expectativa de 175 mil, o que reforça a resiliência do mercado de trabalho brasileiro. Apesar de positivo para o consumo, esse dado também pode dificultar o controle da inflação de serviços.
“A ata do Fed reforçou a preocupação com a inflação e indicou que os juros altos devem persistir por mais tempo. Por aqui, os números do Caged surpreenderam, mostrando um mercado aquecido. Esse cenário misto alimenta a volatilidade”, explicou Gabriel Cecco, da Valor Investimentos.
No câmbio, o dólar comercial subiu 0,87%, cotado a R$ 5,6952. A valorização refletiu ruídos gerados pelo aumento do IOF e apreensão com o cenário externo, incluindo negociações entre EUA, União Europeia e China. As taxas futuras de juros também avançaram, acompanhando os títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries).
Entre os destaques corporativos, a Azul (AZUL4) despencou 3,73%, a R$ 1,03, após pedir recuperação judicial nos Estados Unidos. A B3 informou que vai excluir os papéis da companhia de seus índices a partir desta quinta (29). No setor financeiro, o Citibank elevou a recomendação para ações do Bradesco, impulsionando os papéis ordinários (BBDC3), que subiram 1,73%, e os preferenciais (BBDC4), com alta de 0,68%. Na contramão, Itaú (ITUB4) recuou 0,81% e Banco do Brasil (BBAS3), 0,55%.
Em Wall Street, os principais índices também encerraram o dia em queda, pressionados pela ata do Fomc e à espera do balanço da Nvidia. A correção nos mercados globais confirma o clima de cautela.
“O mercado tenta equilibrar dados locais robustos com o cenário internacional desafiador. A incerteza com o IOF e o sinal de juros altos por mais tempo nos EUA são fatores que mantêm o investidor atento”, avaliou Fabio Louzada, da Eu Me Banco.
O volume financeiro do pregão foi de R$ 18,9 bilhões. O Ibovespa futuro para junho caiu 0,60%, aos 140.060 pontos.