Com um grau cada vez maior de complexidade, o mercado da pecuária de corte ganha, além dos próprios parâmetros, novas características originadas em outras cadeias produtivas de proteína e, ainda que a lógica mostre não ter capacidade de pressionar ainda mais um mercado já bastante arrochado com o final da safra de bois, conta com capacidade de “escurecer um pouco mais um ambiente nublado”.
Amigos, não acredito ser possível, em condição normal de desenvolvimento, trabalho e resposta, que a crise causada pela gripe aviária identificada no estado do Rio Grande do Sul seja capaz de gerar mais pressão ao mercado da pecuária bovina de corte. Minha argumentação é simples: a pecuária já está em fase final da safra de bois, os preços recuaram em torno de R$ 20,00 a R$ 25,00 por arroba nos últimos 40 dias. Além disso, o mercado de reposição segue com valores firmes com poucos ou nenhum recuou.
Não obstante, a resolução em 28 a 60 dias, traz uma expectativa de maior oferta de carne de frango no mercado consumidor interno, pode reduzir o valor do quilo da carne de frango, mas não tem força para pressionar o mercado de carne bovina em momento de baixa oferta de animais para abate. Neste tema, haverá muito especulação, mas não parece ser algo palpável, ainda mais quando as escalas de abate apresenta algum revez nos dias garantidos para abate.
Não é confirmado nem pelo Ministério da Agricultura e nem pelas autoridades da China (até a noite de segunda-feira 19/5), mas há um rumor de mercado que a autoridade sanitária do país asiático estaria disposta a considerar uma “regionalização”, o que manteria a suspensão de embarques de carne frango apenas no Rio Grande do Sul. O Japão já é desta forma e se o rumor se confirmar, seria ótimo para o setor.
No cenário interno, o mercado de reposição gado segue fortalecido e os preços não cedem. Para o boi gordo, a pressão segue, mas a indústria tem conseguido trabalhar a estratégia, mesmo com endurecimento nas vendas por parte dos pecuaristas. Contudo, não há margens para inversão da tendência atual, completamente natural para o mês de maio.
Para encerrar, as exportações de carne bovina seguem firmes em maio de 2025, com volume de 123 mil toneladas em 11 dias úteis, restando 10 a serem computados, com média diária 11,18 mil toneladas, 10,8% superior ao mesmo mês no ano passado. O valor médio da tonelada alcança US$ 5.115,86, superior 13,6% ao maio/24.