Não há muitas alterações no mercado do gado pronto, mas existe uma constatação, contraditória até, que mostra pressão nos preços pagos aos pecuaristas subindo e escalas industriais de abate diminuindo. O fator que equaliza este cenário é, sem nenhuma dúvida, o mês de maior oferta de animais para abate e seu final da safra de bois.
No acumulado do mês de maio, os movimentos apresentam cenários já presumidos aqui, em nossa coluna “De Olho no Mercado”. O preço do bezerro sobe muito forte frente ao mesmo período do ano passado e cresce quase 5% frente aos valores praticados em abril deste ano, que já vinham em alta relevante.
Não se deve deixar de observar a máxima no quatro primeiros meses de 2025 em torno das fêmeas, “bobeou dançou” ou foi para gancho, melhor dizer, poucas que não emprenharam tiveram segunda oportunidade. Com isso, os dados preliminares do IBGE de abates do primeiro trimestre/25 apontam para alta de 3,8%, com 9,705 milhões de cabeças abatidas, com uma geração de 2,45 milhões de toneladas de carcaças bovinas, valor que corresponde a um incremento de 1,6%, números comparados ao 1º trimestre/24. Os crescimentos de abate e produção de carne mostra animais mais leves abatidos, provavelmente, fêmeas com maior participação.
As informações dos dois parágrafos anteriores mostram bem a relação de abates de fêmeas com a oferta de mercado de gado magro e projeta um cenário bem escasso de animais para engorda em 2026, mas um cenário já complicado para terminadores com estratégia de aquisição tardia.
As captações de gado magro e bezerros para leilões e outras modalidades de vendas estão cada vez mais desafiadoras e as ofertas são poucas e localizadas. Os cenários mostram um claro posicionamento da pecuária de cria que gera desdobramentos generalizados na cadeia produtiva.
