Preço da carne no mercado interno não terá aumento, afirma ministro da Agricultura

24/02/2023 10h28 - Atualizado em 24/02/2023 às 12h17

Os preços da carne não serão afetados pela descoberta de um caso da vaca louca no Pará, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à Agência Brasil. Ele negou rumores espalhados nas redes sociais de que a doença ajudaria o governo a manipular o mercado de alimentos.

"Jamais manipularíamos o mercado para afetar nossas relações internacionais com a China, para baixar o preço da nossa carne por alguns dias [aumentando a oferta interna]. O Brasil é um país de princípios, que respeita o mercado, garante credibilidade em suas relações e jamais participaria de tal ação", declarou o ministro.

Fávaro atribuiu os boatos à oposição e enfatizou que o governo está conduzindo o processo com transparência e credibilidade. Ele pediu à população que não acreditasse em fake news e disse que "o Brasil é um país eficiente, moderno, transparente, com regras claras".

O ministro também descartou qualquer risco ao consumidor brasileiro. Embora o consumo de carne de animais velhos seja permitido no mercado interno, Fávaro destacou que a Vigilância Sanitária do Ministério da Agricultura é eficaz e fiscaliza a qualidade da carne consumida no país.

Fávaro informou que o resultado do exame das amostras enviadas ao exterior será divulgado até meados da próxima semana. Ele admitiu que haveria um pequeno atraso porque ontem (22), dia em que o material chegou ao Canadá, também foi feriado no país norte-americano.

Segundo ele, o governo está em processo final de liberação da amostra pela alfândega canadense, para que chegue ao laboratório até domingo (26).

"Estamos trabalhando com nossa diplomacia, nossos contatos para que o laboratório [canadense] dê atenção e rapidez especiais, o que deve acontecer em dois ou três dias a partir do momento que a amostra chegar. Depois teremos o resultado. Imediatamente, as informações serão disponibilizadas ao mercado", disse Fávaro.

Embora a doença tenha sido confirmada por laboratórios brasileiros, o teste do Canadá, mais sofisticado, vai informar se o caso foi atípico (gerado espontaneamente na natureza, sem transmissão) ou clássico (transmitido entre animais por meio da ingestão de ração contaminada).

Fávaro explicou que a propriedade em Marabá (PA), onde foi detectada a doença, poderá retomar o comércio de bovinos assim que for divulgada a confirmação do caso atípico, e reiterou que a carcaça do animal foi incinerada sem contato com o restante do rebanho.

"É importante ressaltar que o Brasil só teve casos atípicos da doença até agora. O animal não comia ração, era criado apenas a pasto em uma pequena propriedade, e já era considerado velho, aos nove anos. Não há sintomas em qualquer outro animal de rebanho que conviveu com ela. Tudo isso indica que [o caso da vaca louca] é uma evolução natural da degeneração das células [do sistema nervoso] que alguns indivíduos apresentam. Portanto, a expectativa é que deve ser considerado mais um caso atípico", declarou o ministro.

A última vez que casos de doença da vaca louca foram confirmados no Brasil, em 2021, as exportações para a China ficaram suspensas por cerca de 100 dias, de setembro a dezembro daquele ano. Embora reconheça que a suspensão trará prejuízos para a balança comercial brasileira, o ministro disse esperar que o processo seja breve.

“Houve casos em que [as exportações para a China] ficaram suspensas por 13 dias. A palavra de ordem do presidente Lula, que não seria diferente do ministério, é total transparência nas informações, agilidade, cumprimento dos protocolos. Credibilidade, e estamos fazendo isso imediatamente desde a suspeita", disse Fávaro. O protocolo de suspensão das exportações para a China está em vigor desde 2015.

Da Redação, com Agência Brasil

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