A preferência por carne bovina produzida a pasto ou em confinamento é motivo de debates entre pecuaristas e consumidores. Para o zootecnista Rogério Coan, doutor em engorda intensiva e consultor pecuário, a resposta depende do paladar e das prioridades de cada consumidor. Em participação no programa "Giro do Boi", Coan detalhou as diferenças entre os dois sistemas de produção.
Segundo o especialista, a carne de animais criados a pasto é oriunda de uma dieta exclusivamente à base de forragem natural, rica em clorofila e betacaroteno. Essa alimentação confere à carne uma coloração mais amarelada, menor teor de gordura saturada e maior presença de ômega 3 e 6 — considerados benéficos à saúde. O sabor é mais intenso e terroso, com textura firme. “Muita gente prefere esse tipo de carne porque ela tem um sabor mais ‘raiz’”, comentou Coan.
Por outro lado, o confinamento proporciona uma carne mais macia e com maior marmoreio, o que resulta em cortes suculentos e com sabor adocicado. Os animais são mais jovens e recebem ração balanceada, o que agrada quem busca padronização e textura suave. “É uma questão de gosto pessoal. Tem quem valorize o sabor forte da carne a pasto e quem prefira a maciez da carne de confinamento”, explicou.
Independentemente do sistema adotado, a qualidade da carne depende do manejo, nutrição e sanidade dos animais. Coan destacou que confinamentos brasileiros já seguem padrões elevados, garantindo um produto seguro e saudável. A escolha entre os sistemas também deve considerar o perfil do consumidor e a estratégia comercial do pecuarista, pois há espaço para ambos no mercado.
