O mercado do boi gordo passou todo o mês de outubro com pressão de baixa, segundo a Scot Consultoria. Nesta última semana, o preço da arroba do boi perdeu R$ 5. A diferença do preço entre o boi destinado ao mercado interno e do que é destinado mercado externo tem caído e, de acordo com a Scot "há relatos de negociações onde ele tenha desaparecido". "O ágio entre o animal para a exportação e para o mercado doméstico termine", aponta a consultoria.
A arroba no mercado físico para consumo interno ficou em R$ 275 na praça paulista, enquanto o boi para exportação está em R$ 280.
Segundo a Consultoria, a China vem pressionando por preços nas negociações e a tonelada exportada ao país Asiático perdeu mil dólares nos últimos meses. Hoje é comercializada a US$ 6 mil, enquanto outros mercados pagam entre US$ 6,3 ou US$ 6,6, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Mesmo diante desse cenário, os analistas da Consultoria, acreditam que as exportações de carne bovina em 2023 serão boas. A China determinou um corte de 9% na importação do produto, mas esse volume vai ser rateado entre todos os fornecedores.
O país também está sem concorrente de peso no mercado internacional. Em 2023, nos Estados Unidos, será um ano de retenção de fêmeas e menor produção e os problemas políticos na Argentina também atrapalham a pecuária local. Outro país que concorre com o Brasil é a Austrália. No entanto, naquele país, a produção da arroba do boi é o dobro do preço. Aqui, uma arroba é comercializada a US$ 50, enquanto no país da Oceania, ela custa US$ 100.
Crença
Os consultores ainda acreditam, que o setor pode melhorar a performance com a Copa do Mundo e as festas de final de ano. Porém, existem dois fatores que continuam pressionando os preços no mercado doméstico: a entrada no mercado do gado produzido no segundo giro de confinamento e o grande estoque das indústrias frigoríficas, com a retração do consumo dentro do Brasil. Será muito animal para pouca demanda.
Da Redação, com Scot Consultoria.