Mesmo com os preços caindo, as exportações brasileiras de carne bovina mantiveram grandes volumes e bateram recordes nas primeiras semanas de setembro, segundo o analista da Agrifatto Yago Travagini em episódio do podcast Agrifatto Cast desta terça-feira (12).
Nos seis primeiros dias úteis do mês, o Brasil exportou 10,6 mil toneladas de carne bovina ao dia. É a maior média semanal registrada em todo o ano de 2022 e um dos maiores volumes da história da exportação ao dia, segundo Travagini.
O analista diz que “o ponto é que, apesar de o preço ter diminuído e estar diminuindo, o volume continua muito forte. A gente está continuando com uma exportação bem aquecida”. Embora seja o maior volume do destino da nossa carne, não é apenas a China que compra. Entre os importadores estão a Indonésia, Filipinas, Israel, Rússia e outros.
O analista diz que “a gente começa o mês de setembro relativamente otimista no quesito volume. No quesito preço, a gente tem observado uma desvalorização não só no Brasil, (mas também) de uma maneira global, o Brasil na dianteira disto”.
Para Travagini é cedo para estimar uma queda substancial no consumo de carne bovina pela China em 2023. Esta é a previsão do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório recente.
O documento do USDA prevê queda de 2,5 milhões de toneladas em 2023 na importação chinesa. O motivo seria a queda de 3% no consumo doméstico, aliado ao aumento de 4% na produção interna.
O analista da Agrifatto afirma que a China mantém forte ritmo de importações da proteína, apesar do aumento da oferta interna com preços mais baixos. A carne bovina chinesa vem agradando os chineses.
Caso o cenário se confirme e a China reduza a importação em 600 mil toneladas, os frigoríficos brasileiros que exportam vão sentir o impacto, uma vez que existe a expectativa de aumento na oferta de carne bovina em 2022.
Da Redação, com CarneTec
