Com alta dos preços do milho, farelo de soja, vitaminas e aminoácidos, a elevação nos custos de produção de culturas, como a suinocultura e pecuária (tanto de corte como de leite), impactará os criadores até o terceiro trimestre, de acordo com Guilherme Palumbo, gerente de Ingredientes da MCassab Nutrição e Saúde Animal. A informação é do site CarneTec.
Palumbo diz que a China é o principal fornecedor de matérias-primas para alimentação animal e ainda enfrenta problemas de produção, com capacidade reduzida devido às restrições impostas pela questão ambiental e aos surtos de coronavírus, dada a tolerância zero à covid no país.
Guilherme também diz que o cenário traz incertezas sobre a disponibilidade de insumos, o que atrasa tanto a regulação dos estoques globais como as questões logísticas e completa dizendo que o fator mais impactante é o conflito entre Rússia e Ucrânia, que desestabiliza a cadeia de suprimentos de importantes matérias-primas, como milho, soja e trigo, refletindo-se diretamente na inflação global.
A carência de alguns microingredientes no mercado brasileiro durante o primeiro trimestre do ano tende a ser equacionada no segundo trimestre. As importações feitas por clientes e fornecedores, mapeadas pela empresa, já estão a caminho.
Palumbo reforça que o fator preocupante é que o produtor brasileiro não tem retorno econômico devido ao incremento dos preços dolarizados. “O custo da alimentação aumentou com consistência e o cenário incerto mantém o pessimismo no curto prazo”, disse.
Já se verifica a redução do alojamento de animais e casos de encerramento de atividades de suinocultores e granjeiros, além da elevação nos custos de produção. Quanto à suinocultura, os produtores têm prejuízos de até R$250 por animal abatido.
O especialista da MCassab crê que está em um momento excelente para estudar e implementar soluções inovadoras para otimizar processos internos, melhorias de formulações das dietas e aplicações de tecnologias que aumentem a produtividade e reduzam os custos de produção.
Palumbo finaliza vendo a segunda metade do ano com otimismo, tendo aumento da disponibilidade de ingredientes e redução dos custos dos ingredientes importados. Diz que é importante manter a calma diante desse cenário e que é necessário aproveitar esse momento raro da queda do dólar e uma boa administração dos estoques para os próximos passos.
Da Redação