12/11/2024 às 13h52min - Atualizada em 12/11/2024 às 13h52min
Ciclo de alta no mercado de bezerros deve se intensificar em 2025, diz especialista
Leandro Bovo, CEO da Radar Investimentos, analisa impacto do aumento do boi gordo no preço dos bezerros
- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução O mercado de bezerros no Brasil vive um momento de valorização, refletindo a alta expressiva do boi gordo, que já ultrapassa os R$ 340 em algumas regiões. Esse cenário é impulsionado pela alta nas exportações e pela oferta restrita de animais, o que tem gerado um impacto direto nas negociações de bezerros, criando novas dinâmicas no setor.
Em entrevista, Leandro Bovo, CEO da Radar Investimentos, explicou como os preços do boi gordo e dos bezerros estão interligados. “Quando o preço do boi gordo sobe, o pecuarista que tem boi gordo recebe mais pela venda de seus animais e consegue comprar mais bezerros, o que eleva o preço desses animais de reposição”, afirmou Bovo. Ele ressaltou, no entanto, que os preços dos bezerros não sobem na mesma proporção, mas tendem a acompanhar a mesma direção de valorização.
Bovo também projetou que o Brasil está entrando em um ciclo de alta nos preços dos bezerros, o que deve se intensificar em 2025. “A oferta de bezerros deve diminuir, o que manterá os preços elevados e com tendência de alta, impulsionados pela redução da ‘fábrica de bezerros’ e pela crescente demanda externa”, explicou o especialista.
O aumento das exportações de carne bovina, especialmente para a China, tem contribuído para esse cenário. “O Brasil se consolidou como o supermercado do mundo. Com a carne brasileira em promoção, as exportações aqueceram a demanda, e isso tem pressionado os preços tanto no mercado interno quanto externo”, destacou Bovo.
Por fim, o CEO da Radar Investimentos alertou os pecuaristas para o planejamento estratégico diante dos custos elevados de reposição. “Com os preços mais altos dos bezerros, é essencial que o pecuarista mantenha os preços do boi gordo elevados para garantir uma boa margem de lucro. A tendência é de preços sustentados, com base na demanda externa e na escassez no mercado interno”, concluiu.