O mercado físico do boi gordo apresentou uma nova alta nos preços antes do feriado da última sexta-feira (15), reflexo de um cenário de forte demanda, especialmente para exportação. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o atual ambiente de negócios segue apontando para a possibilidade de novos reajustes no curto prazo, impulsionados pela posição das escalas de abate e ritmo acelerado da indústria exportadora.
Com abates expressivos, e as empresas adotam postura agressiva na compra de gado para manter sua capacidade produtiva em níveis elevados. A dinâmica é favorecida pela valorização dos preços médios das proteínas de origem animal no mercado internacional e pela desvalorização cambial, que torna as exportações ainda mais lucrativas, conforme explica Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria.
No mercado interno, o preço da arroba do boi gordo varia conforme a região. Em São Paulo, a média é de R$ 339,42, enquanto em Goiás alcança R$ 331,43. Minas Gerais registra R$ 329,41, Mato Grosso do Sul R$ 325,68, e Mato Grosso R$ 314,59.
Apesar do volume recorde registrado nas exportações, o mercado doméstico enfrenta limitações causadas pelo baixo poder de compra da população. Segundo Iglesias, a tendência é de aumento na migração dos consumidores para proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, especialmente no início do ano, quando a descapitalização é mais acentuada.
O mercado atacadista também registra elevações expressivas nos preços. O quarto traseiro subiu para R$ 25,50 por quilo, representando um aumento de R$ 1,50, enquanto o quarto dianteiro manteve-se a R$ 19,50 por quilo. Já a ponta de agulha teve alta de R$ 0,80, alcançando R$ 19,00 por quilo.
Paralelamente, o dólar comercial encerrou o dia com uma leve alta de 0,08%, sendo negociado a R$ 5,7877 para venda. Durante a semana, a moeda acumulou valorização de 0,91%, o que reforça a competitividade da carne bovina brasileira no mercado externo.
