O mercado físico do boi gordo segue em relativa estabilidade, mas com registros pontuais de negócios acima da média de referência nesta terça-feira (10). A tendência, no entanto, é de alta nos preços nos próximos dias.
O principal fator por trás desse movimento é a demanda aquecida da China, que tem exigências específicas para a importação da carne brasileira. A dificuldade em encontrar animais jovens que atendam a esses padrões tem limitado a oferta disponível para exportação, o que pressiona as cotações.
De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, as indústrias frigoríficas continuam operando com escalas de abate curtas, entre cinco e sete dias úteis na média nacional. A limitação na oferta de bois prontos para exportação eleva a concorrência entre compradores e favorece a valorização da arroba. Iglesias avalia que as exportações seguem em ótimo ritmo e continuam sendo o principal motor de demanda neste momento, o que reforça a expectativa de elevação dos preços.
Os preços da arroba do boi gordo variam de estado para estado, com algumas altas registradas em relação aos dias anteriores. Em São Paulo, a média ficou em R$ 316,33, levemente abaixo do valor de ontem (R$ 316,67). Em Goiás, houve alta, passando de R$ 300,54 para R$ 301,43. Em Minas Gerais, o preço se manteve estável em R$ 300,29. No Mato Grosso do Sul, a arroba permanece em R$ 313,86. Já no Mato Grosso, subiu de R$ 310,54 para R$ 311,89.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina continuam acomodados, mas a expectativa é de melhora com a entrada dos salários no início do mês, o que deve impulsionar a reposição entre atacado e varejo. Iglesias destaca que o comportamento das proteínas concorrentes, especialmente o frango, ainda exerce influência sobre o andamento do mercado.
Atualmente, o quarto traseiro permanece em R$ 24,50 por quilo, o dianteiro em R$ 19,50 e a ponta de agulha em R$ 18,50 por quilo.