O mercado físico do boi gordo começou a semana com sinais de reação nos preços nesta segunda-feira (2). De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, as escalas de abate começam a encurtar para cerca de sete dias úteis nas principais regiões produtoras do país, o que tem pressionado os frigoríficos a pagarem mais pela arroba do animal.
A principal dificuldade está na aquisição de bois jovens, que têm menor oferta neste momento. Apesar disso, ainda há boa disponibilidade de fêmeas no mercado, o que sustenta parte do abastecimento. Segundo Iglesias, já é possível observar movimentos de alta nos preços em estados importantes como São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais, ainda que de forma moderada e gradual.
Na comparação com os preços registrados na última sexta-feira, os avanços são visíveis. Em São Paulo, a arroba subiu de R$ 306,50 para R$ 308,75; em Goiás, passou de R$ 289,29 para R$ 290,54; em Minas Gerais, de R$ 288,82 para R$ 292,94; e no Mato Grosso do Sul, o preço saiu de R$ 304 para R$ 305. No Mato Grosso, a cotação se manteve estável em R$ 300,61.
No mercado atacadista de carne bovina, os preços seguem estáveis, mas com expectativa de alguma recuperação nos próximos dias, impulsionada pela entrada dos salários na economia, o que costuma estimular a reposição entre atacado e varejo. O quarto traseiro permanece cotado a R$ 23 por quilo, o dianteiro a R$ 18,50 e a ponta de agulha a R$ 18 por quilo.
Enquanto isso, as exportações continuam sendo um fator de sustentação importante para o setor. O Brasil exportou 173,8 mil toneladas de carne bovina na primeira quinzena de maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume representa um crescimento de 23,7% em relação ao mesmo período do ano passado, reforçando as projeções otimistas de novo recorde de embarques em 2025.