Gestão da comercialização deve pesar mais que o clima nos preços do milho no Brasil

Analista projeta três meses de pressão nas cotações e recuperação no segundo semestre com maior demanda interna e externa

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
26/05/2025 08h24 - Atualizado há 3 dias
Gestão da comercialização deve pesar mais que o clima nos preços do milho no Brasil
Foto: reprodução

Os preços do milho no Brasil deverão ser mais influenciados pela forma como o produtor administra a venda da safra do que pelas variações climáticas, segundo avaliação do analista Enilson Nogueira, da Céleres Consultoria. A previsão é de que os próximos três meses sejam de cotações pressionadas, com uma recuperação esperada para o segundo semestre.
 

A semana foi marcada por intensa volatilidade nos mercados do cereal, com perdas registradas tanto na Bolsa de Chicago quanto na B3. No Brasil, o milho fechou esta sexta-feira (23) com recuos de 0,3% a 0,8% nas posições mais negociadas. O contrato de julho terminou em R$ 63,10 por saca; setembro, em R$ 64,30; e janeiro, em R$ 70,85.
 

Embora o clima siga sendo observado atentamente por traders no Brasil, Argentina e Estados Unidos, são os fundamentos internos que continuam a pressionar os preços no curto prazo. Um dos principais fatores é o avanço da colheita da segunda safra de milho, que já começou em algumas regiões. Segundo o IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), 0,31% da área total já foi colhida. A expectativa é de uma produção recorde, ultrapassando os 100 milhões de toneladas.
 

Enilson Nogueira destaca que o momento atual é de sobreoferta, o que deve manter os preços em baixa por pelo menos três meses. No entanto, ele vê boas perspectivas para o segundo semestre: “Os próximos três meses deverão ser de pressão sobre os preços do cereal, e os três meses seguintes de fôlego e melhores oportunidades, em especial por conta de uma força de demanda maior, tanto na exportação, quanto internamente”.
 

O analista ressalta ainda que muitos produtores anteciparam vendas em momentos de preços mais favoráveis nos últimos meses, especialmente em regiões como o Cerrado. “É melhor fazermos conta com boa produtividade do que com produtividade ruim. É mais produto disponível para o produtor tomar decisão e gerar margens. E temos visto, principalmente no Cerrado, que o produtor vendeu mais, já teve uma venda antecipada maior do que teve nos últimos dois anos”, disse Nogueira. Segundo ele, esse movimento ajudou a formar um preço médio mais interessante e pode trazer benefícios para a rentabilidade dos agricultores.

 

 


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