Reposição lenta pressiona preços da carne de frango no Brasil

Setor encara queda nos valores e acompanha de perto impacto da Influenza Aviária

- Da Redação, com Safras & Mercado
26/05/2025 08h57 - Atualizado há 3 dias
Reposição lenta pressiona preços da carne de frango no Brasil
Foto: Reprodução

O mercado brasileiro de carne de frango enfrenta um momento de preços estáveis a mais fracos, tanto no atacado quanto na comercialização de aves vivas. A principal explicação está na reposição mais lenta ao longo da cadeia produtiva na segunda quinzena de maio, período que tradicionalmente registra menor apelo ao consumo, segundo análise de Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado.

Outro fator que influencia o setor é o recente caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) detectado em granja comercial em Montenegro (RS). Embora o processo de desinfecção tenha sido concluído com sucesso e não haja registro de novos focos, o setor ainda monitora possíveis reflexos no comércio internacional. Uma suspeita em Ipumirim (SC) também foi descartada, o que reforça as expectativas de retomada rápida nas exportações.

“No momento, o cenário é de cautela. As redes varejistas estão menos atuantes, esperando algum reflexo da situação sanitária. No entanto, a agilidade brasileira na resposta ao foco da IAAP dá sinais de que o ritmo de embarques será retomado em breve”, afirmou Iglesias.

Preços

O levantamento semanal de Safras & Mercado mostrou recuos em diversos cortes. No atacado de São Paulo, o peito congelado caiu de R$ 11,40 para R$ 10,75 por quilo, a coxa de R$ 8,30 para R$ 7,75 e a asa de R$ 12,50 para R$ 12,00. No caso da carne distribuída, o quilo do peito recuou para R$ 11, da coxa para R$ 8,00 e da asa para R$ 12,25.

Os cortes resfriados seguiram tendência semelhante. No atacado, o peito caiu para R$ 10,85, a coxa para R$ 7,85 e a asa para R$ 12,10. Na distribuição, o quilo do peito foi a R$ 11,10, o da coxa a R$ 8,10 e o da asa a R$ 12,35.

Já no mercado vivo, os preços variaram conforme a praça. Em São Paulo, houve queda de R$ 6,50 para R$ 6,10. Em Minas Gerais, o valor se manteve em R$ 5,90, assim como em Goiás e Mato Grosso do Sul (R$ 5,80). No Sul, os preços integrados seguiram estáveis, variando entre R$ 4 e R$ 4,35. No Norte e Nordeste, o frango vivo segue com valores mais altos, como no Pará (R$ 8) e no Ceará (R$ 7,80).

Exportações

Mesmo diante das incertezas internas, os embarques de carne de frango e miudezas seguem positivos. Nos 11 primeiros dias úteis de maio, o Brasil exportou 222,8 mil toneladas, com receita de US$ 403,6 milhões e média diária de US$ 36,6 milhões. O preço médio por tonelada ficou em US$ 1.811.

Comparado a maio de 2024, houve crescimento de 2,5% no valor médio diário, de 0,2% na quantidade exportada e de 2,2% no preço médio por tonelada.


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