Tarifas comerciais e fundo ambiental dominam reunião de chanceleres do BRICS no Rio de Janeiro

Encontro, marcado para os dias 28 e 29 de abril, abordará crise tarifária global e financiamento de iniciativas contra as mudanças climáticas

- Da Redação, com Agência Brasil
28/04/2025 08h28 - Atualizado há 1 dia
Tarifas comerciais e fundo ambiental dominam reunião de chanceleres do BRICS no Rio de Janeiro
Foto: Divulgação/BRICS Brasil

A crise comercial e tarifária, além da pressão sobre países mais ricos para aumentarem investimentos em fundos destinados ao combate às mudanças climáticas, são os dois principais temas que dominarão a agenda da reunião de chanceleres do BRICS, marcada para os dias 28 e 29 de abril, no Rio de Janeiro. O Brasil, que ocupa a presidência do bloco, busca reforçar a oposição a medidas tarifárias unilaterais, além de intensificar o apoio ao financiamento de ações climáticas.
 

O encontro reunirá os representantes de países membros do BRICS, que atualmente são: África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã, Rússia e Arábia Saudita. A Arábia Saudita, ainda em fase final de adesão, participa como convidada. O evento também contará com a presença de países convidados, discutindo temas globais de relevância.
 

Em entrevista, o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, Sherpa do Brasil no BRICS, destacou a importância de um sistema comercial multilateral baseado em negociações equilibradas, apontando as tarifas impostas por países como os Estados Unidos, especialmente à China, como um dos focos de crítica do bloco. "Nosso apoio é pleno ao sistema de comércio multilateral, que depende de concessões feitas por diferentes países. Acreditamos que é essencial reforçar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem sido enfraquecida pela paralisia de seu Órgão de Apelação desde 2019", explicou.
 

O Brasil também levará para a mesa de discussões no BRICS a criação de um Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), com o objetivo de financiar a transição para economias de baixo carbono, um tema central na presidência brasileira do bloco, que coincide com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada no Brasil em 2025. Lyrio afirmou que os países ricos, historicamente os maiores poluidores, devem assumir uma responsabilidade financeira mais substancial para combater as mudanças climáticas, conforme previsto no Acordo de Paris.
 

Sob a presidência brasileira, o BRICS já realizou quatro encontros ministeriais e cerca de 80 reuniões técnicas. A reunião de cúpula de 2025 está agendada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, e será presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também estará à frente das sessões dos dias 28 e 29 de abril. As discussões incluirão temas como a reforma da governança global, o papel do Sul Global no fortalecimento do multilateralismo, além de saúde, comércio e combate à pobreza.

 

 


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