No encerramento do 6º Seminário A Voz do Campo, em Gramado (RS), o ex-presidente Jair Bolsonaro enviou uma mensagem contundente aos produtores rurais e líderes do agronegócio. Através de videoconferência, mediada pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), Bolsonaro classificou o setor como "importantíssimo" por representar cerca de um terço do PIB nacional, mas afirmou que está sendo "massacrado" pelo atual governo.
Entre os principais problemas apontados, destacou as altas taxas de juros, a escassez de crédito e os custos logísticos elevados, especialmente com fretes.
"Se nada mudar, vai faltar arroz e feijão não só na mesa dos mais pobres, mas de todos", alertou, referindo-se ao risco de desabastecimento caso as políticas para o campo não sejam revistas. Bolsonaro também mencionou o crescente endividamento dos produtores e expressou preocupação com o que chamou de "silenciosa invasão da China" no Brasil, sem fornecer detalhes.
Outro ponto abordado foi a necessidade de atenção ao Marco Temporal e à gestão de terras, temas sensíveis para o agronegócio. O ex-presidente participou remotamente do evento devido aos cuidados pós-cirurgia abdominal. O deputado Zucco, que o apresentou, foi recebido com entusiasmo pelos participantes e é cotado como possível candidato ao governo do Rio Grande do Sul.
Em seu discurso, Bolsonaro fez um chamado à união: "Ou nos unimos, valorizando o agro, quem está de sol a sol, ou continuaremos com florestas tomadas por espinhos".
