Mercado do boi gordo encerra semana estável em meio a tensões comerciais com a China
Investigação chinesa sobre importações pode impactar maior comprador da carne bovina brasileira
- Da Redação, com Canal Rural
30/12/2024 09h13 - Atualizado há 2 semanas
Foto: Flavia B. Fiorini / Embrapa
O mercado físico do boi gordo fechou a última sexta-feira (27) em estabilidade e pouca oscilação nos preços. A proximidade do Ano Novo e a ausência de muitos agentes nas negociações contribuíram para um dia mais arrastado, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. A expectativa é de que a liquidez seja retomada gradualmente ao longo da primeira quinzena de janeiro.
“Alguns estados, como São Paulo, mantêm escalas confortáveis, o que favorece uma atuação mais tranquila nas compras,” avaliou Allan Maia, analista da Safras & Mercado. Em São Paulo, o boi gordo comum foi cotado a R$ 310, enquanto o tipo China variou entre R$ 315 e R$ 320. Em Minas Gerais, os preços ficaram entre R$ 300 e R$ 310, enquanto em Goiás variaram de R$ 295 a R$ 305, dependendo do lote. Já no Mato Grosso do Sul, a arroba foi cotada a R$ 315. Em Mato Grosso, os valores oscilaram entre R$ 310 e R$ 315 em Barra do Garças e em torno de R$ 300 na região de Mirassol d’Oeste. No mercado atacadista, os preços também permaneceram estáveis. Segundo Maia, há expectativas positivas para o consumo devido às comemorações de Ano Novo. Após as festividades, porém, cortes nobres podem enfrentar dificuldades para sustentar os preços, refletindo mudanças no perfil de consumo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 20,20 por quilo, enquanto o quarto traseiro ficou em R$ 26,70 e a ponta de agulha, em R$ 19,40. O momento de estabilidade ocorre em meio a um alerta para o setor. A China, maior importador de carne bovina brasileira, anunciou a abertura de uma investigação sobre as importações de proteína animal. O procedimento, que deve durar pelo menos oito meses, avalia alegações de entidades pecuárias chinesas de que as grandes importações estão prejudicando a produção local.
“Esse desdobramento merece atenção, já que o Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para a China,” observou Maia. Apesar da investigação, as vendas continuam ocorrendo normalmente durante o período de apuração.
O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,21%, negociado a R$ 6,1903 para venda. Durante a semana, a moeda acumulou valorização de 1,93%, refletindo as incertezas econômicas globais e os possíveis impactos de investigações comerciais em mercados estratégicos, como o da carne bovina.