​Abates de bovinos no primeiro trimestre devem bater recorde, indica relatório do Rabobank

Forte demanda externa e redução no consumo doméstico impulsionam produção

Foto: Sérgio Raposo / Embrapa Pecuária Sudeste

Os abates de bovinos no Brasil no primeiro trimestre deste ano podem atingir números sem precedentes para o período, ultrapassando o recorde estabelecido no mesmo período de 2014, que é de 8,4 milhões de cabeças. De acordo com um recente relatório divulgado pelo Rabobank, esse cenário é impulsionado por uma forte demanda externa por carne bovina e uma redução sazonal no consumo no mercado doméstico.

A diminuição sazonal no consumo interno de carne bovina, que absorve cerca de 70% da produção nacional, tem levado a uma oferta que supera a demanda. Em resposta, os preços do boi gordo no mercado futuro têm sido pressionados, incentivando os produtores a anteciparem os abates como estratégia para reduzir custos e obter melhores preços junto aos frigoríficos.

"Dessa forma, os abates no primeiro trimestre de 2024 têm o potencial de quebrar recordes em comparação com o mesmo período de 2014, marcando o maior volume registrado até então", pontuou o Rabobank.

Para o segundo trimestre, o Rabobank prevê uma desaceleração nos abates de fêmeas, mas destaca que a oferta de gado deve permanecer elevada devido à continuidade de abates significativos de machos.

No âmbito internacional, o banco observa que as recentes habilitações de 24 plantas brasileiras pela China para exportação de carne bovina consolidam o Brasil como o principal fornecedor da proteína para o país asiático. Isso reforça a interdependência entre os dois mercados.

A carne bovina brasileira representou 43% do total da proteína importada pela China em 2023. Com as novas habilitações, o Brasil conta agora com 65 plantas autorizadas a exportar carne bovina para o mercado chinês, fortalecendo ainda mais sua posição como líder nesse segmento.