21/11/2024 às 09h22min - Atualizada em 21/11/2024 às 09h22min

Carne do Mercosul na mira do Carrefour: notas de repúdio e defesa do setor brasileiro

Ministério da Agricultura, Abiec e Apexbrasil rebatem declarações do CEO francês sobre boicote a produtos do bloco sul-americano

- Da Redação, com Canal Rural

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reagiu com firmeza às declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, que afirmou, em carta divulgada nas redes sociais, que a rede de supermercados deixará de vender carnes oriundas do Mercosul. A justificativa de Bompard seria solidariedade aos agricultores franceses em meio às discussões sobre o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.

 

Em nota oficial, o Mapa destacou o compromisso da agropecuária brasileira com práticas sustentáveis e rigorosos padrões sanitários, enfatizando que as carnes brasileiras são aprovadas e reconhecidas há décadas pela União Europeia. Segundo o ministério, decisões como essa têm fundo protecionista e distorcem a percepção dos consumidores sobre a qualidade dos produtos do Mercosul. "O Brasil segue liderando a exportação global de carnes com responsabilidade ambiental e transparência, contribuindo para a segurança alimentar de 160 países", afirmou a pasta.

 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também lamentou a postura do Carrefour, apontando contradições no discurso do CEO, já que a empresa mantém uma forte presença no Brasil, onde é abastecida principalmente por carnes nacionais. "Adotar uma retórica protecionista fragiliza não apenas o Carrefour, mas o próprio mercado europeu, que depende da importação para suprir sua demanda interna", pontuou a entidade.

 

A ApexBrasil reforçou o impacto positivo do Mercosul na segurança alimentar global e classificou o movimento do Carrefour como "lamentável". A entidade destacou os avanços da pecuária brasileira em produtividade e sustentabilidade, que reduziram a área de pastagens e ampliaram a produção. "É preciso rechaçar suspeitas infundadas e defender o diálogo para superar os desafios alimentares globais", concluiu a ApexBrasil.

 

 

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