05/02/2024 às 08h56min - Atualizada em 05/02/2024 às 08h56min

​EUA terá o menor rebanho de gado desde 1951; reflexos devem chegar no Brasil

Queda no rebanho norte-americano apresenta impactos diretos e indiretos no mercado brasileiro de carne bovina

- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: Reprodução
O mercado do boi gordo, marcado por preços achatados em janeiro, enfrenta uma nova reviravolta com a divulgação dos dados sobre a pecuária nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA), o rebanho de gado atingiu os menores números desde 1951, totalizando 87,2 milhões de cabeças.

A queda abrupta no rebanho dos EUA gera repercussões que não passam despercebidas pelos pecuaristas brasileiros. Em meio a esse cenário, especialistas avaliam os impactos imediatos e futuros para o setor de carne bovina no Brasil.

Hyberville Neto, da HN Agro, destaca que, embora a redução no rebanho fosse esperada, as projeções do USDA indicavam uma queda menos intensa. O órgão prevê uma redução de 7,6% nas exportações dos EUA em 2024, após um declínio de 15% em 2023.

Para o Brasil, essa conjuntura pode representar uma vantagem tanto direta quanto indiretamente. Diretamente, pois o país exporta carne para os EUA, um dos principais clientes. Indiretamente, a menor produção norte-americana pode beneficiar o Brasil no mercado internacional.

"Essa conjuntura de preços em alta e menor produção nos EUA colaboram com o Brasil de maneira direta e indireta. Diretamente porque vendemos carne para eles, que figuram entre nossos principais clientes. Indiretamente, porque eles também concorrem conosco no mercado internacional", explica Neto.

A escassez de animais prontos para abate já impacta os lucros da JBS (JBSS3) nos Estados Unidos, evidenciando os desafios enfrentados pela indústria diante do cenário norte-americano. Além disso, clientes importantes dos EUA, como Japão e Coreia do Sul, podem facilitar a abertura de mercado para o Brasil, aproveitando a menor oferta de carne dos EUA.

Diante da limitação no fornecimento de proteína nos EUA, esses países podem aumentar suas compras do Brasil, colocando o país em uma posição competitiva mais favorável. A escassez nos EUA, aliada à compra de carne australiana, cria oportunidades para o Brasil fortalecer sua presença nos mercados internacionais.

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