23/05/2022 às 09h48min - Atualizada em 24/05/2022 às 08h28min

Oferta maior que demanda derruba preço da arroba do boi enquanto China aumenta os embarques

A semana que terminou na sexta-feira (20) foi mais um período de pressão de baixa para o mercado do boi devido ao grande número de oferta de animais neste final de safra, afirma o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Cepea, Tiago Bernardino de Carvalho. Mesmo assim, as exportações para a China registraram alta.

Mês em que é tradicional a maior oferta de gado e maior consumo de carne suína, por causa do frio, Bernardino diz que o poder de compra do consumidor brasileiro também explica o cenário. Fragilizado, não consegue consumir o volume que atende a demanda de animais nesse período.

Tiago explica, ao Notícias Agrícolas, que o grande consumo de carne bovina em maio acontece até a segunda quinzena do mês quando temos o dia das mães, mas que existem outras proteínas, como o frango e a suína, a preços mais em conta e que o consumidor fez essas opções.

O cenário deve começar a mudar com o fim da safra e o início da entressafra. A partir de agora, as boiadas que chegarem no mercado devem ser de confinamento onde o preço de produção é bem diferente.


China

Por outro lado, em que pese as suspensões temporárias e os lockdowns, a China continua a aumentar suas importações de carne bovina do Brasil. Cita que nos primeiros 4 meses de 2020 ela comprou 204 mil toneladas, em 2021 250 mil toneladas e em 2022 já são 350 mil toneladas. Um aumento expressivo de 40% nesse período do ano.

Bernardino ainda diz que o mercado norte-americano também tem buscado a carne brasileira. Nos primeiros 4 meses deste ano eles compraram 63 mil toneladas contra apenas 9 mil toneladas em 2020. O destaque negativo foi Hong Kong, que no mesmo período baixou de 20 mil toneladas para 17 mil.


Boi China pressionado

Bernardino explica que a queda no preço do boi China, mesmo com o aumento das exportações, é porque o pecuarista brasileiro está ofertando mais animais para esse mercado. Com o aumento do preço, o pecuarista começou a investir mais na produção de um gado mais novo e com menos dentes, já que recebem mais oferta e os preços caem.

Ainda assim, os preços da carne exportada, principalmente para a China, se valorizam. Em abril do ano passado o quilo da carne tipo exportação estava a US$ 6,2 e hoje ele é vendido a US$ 6,89. Tiago diz que essa tendência deve se manter, caso nada anormal aconteça no mercado. Até porque, afirma, os preços internacionais da carne estão elevados.


Da Redação

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