Com o início da entressafra e da engorda dos bovinos em confinamento, a cotação da arroba do boi gordo começa a andar de lado, dando início à menor pressão baixista em que o mercado mergulhou nos últimos meses.
Para Amanda Skokoff, médica veterinária da Scot Consultoria, embora ainda haja uma boa quantidade de boiadas na praça, o maior período de desova passou. Mesmo assim, ela afirma que, em algumas praças, a indústria ainda faz pressão de baixa, porque, além da quantidade de animais à disposição, elas estão com as escalas adiantadas, ao menos, para uma semana.
Mesmo diante desse cenário, Amanda não acredita que a partir da segunda quinzena de maio a situação melhore muito porque o consumidor continua com o poder de compra deprimido. Quem vai bem é a exportação.
Abril deste ano foi o quarto mês consecutivo de quebra de recordes de embarques em relação ao mesmo período do ano passado e o preço do animal para a exportação teve um aumento de R$ 5 na praça paulista chegando a R$ 330 a arroba.
Apenas em abril o país embarcou 257,5 mil toneladas de carne in natura. Comparado com abril de 2021, o crescimento foi de 25%. Mas, mesmo assim, Skokoff disse que existem ruídos, como as constantes suspensões temporárias das importações e os novos lockdown impostos pela China, que estão incomodando o mercado.
Mercado interno
Amanda explica que as indústrias trabalharam nos últimos meses com margens de lucro apertadas e que começam a ter algum fôlego. Nos últimos dias a carcaça casada com osso aumentou 1,1% e a do boi capão 0,1%. Os cortes sem osso também se valorizaram em 0,8%. “Com o consumo fragilizado, as margens vinham pressionadas”, disse.
Da Redação