O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou neste sábado (24) que há “fortes indícios” de que o foco de gripe aviária detectado há uma semana em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul, está contido. Segundo ele, não houve novas mortes de aves, o que sinaliza que o vírus H5N1 não se espalhou para outras áreas.
“Este vírus é bastante voraz e letal às aves. Apesar de estarmos em um sistema muito ativo de busca de casos, nenhuma outra ave morreu. Isso é um forte indício de que o caso está contido”, declarou Fávaro a jornalistas, após evento com os presidentes Lula e João Lourenço, de Angola, e representantes do agronegócio.
Na última quinta-feira (22), o país entrou no chamado vazio sanitário, período de 28 dias de monitoramento rigoroso necessário para reaver o status de país livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A contagem começou após a desinfecção completa da granja afetada.
“Estamos no segundo dia dos 28 para podermos confirmar que não há mais focos. Se em nenhum lugar estão aparecendo animais vivos ou mortos em virtude de gripe aviária, é a certeza de que o foco está contido”, reiterou o ministro.
Casos sob investigação
De acordo com o Ministério da Agricultura, há atualmente 17 investigações ativas de suspeita de gripe aviária no país. Duas delas ocorrem em unidades comerciais: uma granja de pintinhos em Ipumirim (SC) e um abatedouro de aves em Aguiarnópolis (TO). As demais envolvem criações de subsistência ou aves silvestres, e todas ainda aguardam resultado laboratorial conclusivo.
Sobre o caso de Santa Catarina, investigado em uma unidade comercial, Fávaro indicou que os indícios são de resultado negativo. “Posso quase afirmar que é negativo. A maior comprovação é que os animais que conviveram com os supostamente contaminados não adoeceram”, afirmou.
Segundo dados atualizados do Ministério, o Brasil já registrou, desde o primeiro foco, 164 casos em animais silvestres (160 em aves e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produções domésticas de subsistência, e 1 caso em produção comercial, justamente o de Montenegro (RS). Ao todo, são 168 casos confirmados no país.
Apesar do cenário controlado, diversos países seguem com restrições à carne de aves brasileira, afetando as exportações. O governo afirma que continuará atuando com transparência e rigor técnico para recuperar a confiança dos mercados internacionais.