O Brasil acompanha com atenção o avanço de possíveis casos de gripe aviária em nove municípios espalhados por cinco estados. As informações constam no painel Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN), mantido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que é atualizado duas vezes ao dia e reúne dados sobre investigações em andamento relacionadas à Influenza Aviária e à Doença de Newcastle.
Entre os municípios com casos ainda em análise laboratorial estão Triunfo, Gaurama e Derrubadas, no Rio Grande do Sul; Chapecó, Ipumirim e Garopaba, em Santa Catarina; Salitre, no Ceará; Aguiarnópolis, no Tocantins; e Eldorado do Carajás, no Pará. As suspeitas envolvem tanto aves silvestres quanto criações domésticas — sendo que Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO) contam com estabelecimentos comerciais de produção.
Desde o início da semana, três municípios que estavam no radar do sistema — Estância Velha (RS), Nova Brasilândia (MT) e Gracho Cardoso (SE) — tiveram suas suspeitas descartadas após análises laboratoriais. Todos os casos envolviam criações de subsistência. Ao todo, o Mapa já conduziu 3.971 investigações de suspeitas de SRN em aves em todo o país.
Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (19), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou a transparência do governo brasileiro na condução do tema e reforçou que a confiança dos importadores de carne de frango, ovos e derivados será restabelecida. “O Brasil é o único país do mundo que mantém um sistema atualizado duas vezes ao dia com casos confirmados e em investigação de gripe aviária. Todo o mundo pode acompanhar passo a passo a forma como estamos lidando com o problema”, afirmou o ministro.
Fávaro também lembrou que o vírus da gripe aviária circula internacionalmente desde 2006, mas só chegou com impacto ao Brasil recentemente. Ele creditou o atraso na entrada do vírus ao sistema sanitário robusto do país. “Esse vírus só entrou no plantel brasileiro agora. Depois que chegou às aves silvestres, com casos no Espírito Santo e em São Paulo, demorou cerca de dois anos para ser detectado em granjas comerciais. Em outros países, esse intervalo foi muito mais curto”, destacou.
Enquanto os exames continuam, o setor avícola e os órgãos sanitários seguem em estado de alerta. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo, e qualquer sinal de avanço do vírus em criações comerciais pode trazer impactos significativos para a cadeia produtiva e para o comércio internacional.
