O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou nesta quinta-feira (22) o período de 28 dias de vazio sanitário na área de Montenegro (RS) onde foi confirmado um foco de gripe aviária. A medida segue protocolos internacionais e representa a fase final para que o país possa declarar a região livre da doença, caso nenhum novo caso seja detectado até 19 de junho.
A operação de desinfecção na granja de aves comerciais - local do foco - foi concluída na quarta-feira (21), após cinco dias de trabalho intensivo. Todo material de risco foi removido e destruído sob supervisão do serviço veterinário oficial, de acordo com o Plano Nacional de Contingência. "Esse período de 28 dias é essencial para comprovarmos técnica e transparentemente a contenção do vírus", explicou Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária.
A área permanece sob rigoroso controle sanitário, com sete barreiras estratégicas instaladas: uma de bloqueio total, que impede qualquer passagem, e seis postos de desinfecção - dois no raio de 3 km e quatro na zona de vigilância de 10 km. O trânsito de animais e produtos avícolas continua restrito e depende da emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA).
No raio de 10 km da propriedade afetada, foram identificados 540 estabelecimentos rurais, sendo apenas três granjas comerciais - incluindo a do foco. Todas foram vistoriadas e nenhum novo caso foi registrado. A operação conta com 25 equipes do Mapa, da Secretaria da Agricultura do RS (Seapi), prefeitura e forças de segurança.
O ministro Carlos Fávaro destacou a importância da contenção do foco para manter as exportações brasileiras. "Com transparência, negociaremos protocolos que mantenham o fluxo comercial", afirmou. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, movimentou US$ 9,5 bilhões no setor em 2024.
Se nenhum novo caso for registrado até 19 de junho, o Brasil declarará oficialmente a erradicação do vírus na região.