Exportações de carne bovina batem recorde em abril com maior participação dos EUA

Americanos importaram 47,8 mil toneladas de carne brasileira, um salto de 498% em relação ao mesmo mês de 2024

- Da Redação, com Canal Rural
09/05/2025 10h01 - Atualizado há 9 horas
Exportações de carne bovina batem recorde em abril com maior participação dos EUA
Foto: Reprodução

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo recorde em abril de 2025. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o país embarcou 273,4 mil toneladas do produto no mês, gerando uma receita de US$ 1,33 bilhão. Os números representam crescimentos de 13,1% em valor e 10,2% em volume na comparação com março. Em relação a abril do ano passado, os avanços foram ainda mais expressivos - 27,6% em receita e 15,3% em volume.

A China manteve a liderança absoluta entre os destinos, com 107,8 mil toneladas adquiridas no mês (equivalentes a US$ 530 milhões), respondendo por 39,4% das exportações totais. Contudo, o destaque do mês foi o crescimento exponencial das compras feitas pelos Estados Unidos.

Apenas em abril, os americanos importaram 47,8 mil toneladas de carne bovina brasileira — um salto de 498% em relação ao mesmo mês de 2024. Mesmo com a imposição de sobretaxas comerciais adotadas ainda durante o governo Donald Trump, o apetite norte-americano pela proteína brasileira aumentou consideravelmente, consolidando os EUA como o segundo maior mercado consumidor da carne bovina exportada pelo Brasil.

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, os EUA já compraram 135,8 mil toneladas do produto, o que representa 14,3% da pauta exportadora brasileira e reforça sua vice-liderança nas exportações do setor. Ao todo, entre janeiro e abril de 2025, o Brasil exportou 949,9 mil toneladas de carne bovina, alta de 13,5% frente ao mesmo período do ano anterior. A receita acumulada chegou a US$ 4,55 bilhões, um crescimento de 23,7%. A carne in natura seguiu como carro-chefe dos embarques, sendo responsável por 88,4% do volume total e 91,3% do faturamento em abril.

Ainda assim, a China também segue como principal compradora também no acumulado do ano, com 392,3 mil toneladas importadas e US$ 1,89 bilhão em receita — aumentos de 12,8% e 16,9%, respectivamente, em relação ao primeiro quadrimestre de 2024. O avanço das exportações também se refletiu na diversificação da pauta exportadora. Produtos como gordura bovina tiveram aumento de 199,4% em volume na comparação anual. Também se destacaram os miúdos (alta de 11,8%), as carnes industrializadas (11,5% de crescimento em receita) e os produtos salgados (62,2%).

Além de China e EUA, outros mercados importantes no mês de abril incluíram México (10.978 t), Hong Kong (9.423 t), Chile (9.329 t), Egito (9.099 t), Rússia (7.938 t), União Europeia (7.425 t), Filipinas (7.078 t) e Arábia Saudita (6.294 t). Os dez destinos, juntos, concentraram mais de 81% dos embarques mensais. No quadrimestre, países como Chile, Hong Kong, União Europeia, Egito, Rússia, Argélia, México e Arábia Saudita completam a lista dos dez maiores importadores da carne brasileira.

Para o presidente da ABIEC, Roberto Perosa, o desempenho do setor é reflexo direto da consolidação de uma imagem de qualidade, sustentabilidade e confiabilidade construída ao longo dos anos.

Embora apenas cerca de 30% da nossa produção seja destinada ao mercado externo, esse volume é estratégico para a geração de divisas, o fortalecimento de centenas de municípios brasileiros e o aproveitamento integral da carcaça bovina, com o direcionamento de produtos que não têm grande demanda no consumo interno. Seguimos comprometidos em abastecer o mundo com excelência e contribuir para o crescimento do nosso país”, afirmou.


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