A crise no setor agrícola entre Estados Unidos e China, intensificada pelas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, tem levado a mudanças no comércio internacional de soja. Em abril de 2025, as exportações de soja dos EUA para a China apresentaram uma queda acentuada de 50%, reflexo das tarifas impostas pelo governo chinês e das tensões comerciais entre os dois países.
Por outro lado, o Brasil tem ampliado sua presença no mercado chinês, com um aumento de 48% nas exportações para o país, conforme dados da consultoria Safras & Mercado. Cerca de 40 navios carregados com soja brasileira atracaram no porto de Zhoushan na primeira quinzena de abril, e a previsão é que o terminal Laotangshan descarregue 700 mil toneladas do grão, uma alta de 32% em relação ao ano anterior.
A guerra tarifária entre EUA e China resultou em tarifas de até 15% sobre diversos produtos agrícolas americanos, incluindo a soja. Em resposta, países como Brasil, Argentina e Austrália vêm se beneficiando, ganhando terreno no mercado chinês com políticas comerciais mais favoráveis. Com isso, o Brasil se consolida como o principal fornecedor de soja para a China, superando os Estados Unidos, cuja participação nas importações de soja da China caiu de 40% em 2016 para 18% em 2024.
O impacto nas exportações de carne suína também é grande. Em abril de 2025, a China comprou apenas 1.800 toneladas de carne suína dos EUA, uma queda significativa em relação às 72.800 toneladas da semana anterior, reforçando a crescente relevância do Brasil e da Argentina nesse mercado.