Cigarrinha-de-pastagens ameaça pecuaristas que precisam assegurar a produtividade neste ano

André Luiz Casagrande
07/03/2025 09h11 - Atualizado há 2 dias
Cigarrinha-de-pastagens ameaça pecuaristas que precisam assegurar a produtividade neste ano
Foto: Gabriel Rezende Faria / Embrapa

Embora o cenário de alta nos preços da arroba e a demanda global favorável ofereçam ótimas perspectivas para a pecuária, para manter esse ritmo de rentabilidade, é fundamental focar na qualidade das pastagens. A cigarrinha-das-pastagens é uma ameaça direta, pois pode estar comprometendo a produtividade da carne bovina em até 74%, com prejuízos diretos à alimentação do gado.

“A chave para sustentar esse crescimento é o manejo eficiente e o controle rigoroso da infestação desse inseto, garantindo pastagens saudáveis e, consequentemente, o maior desempenho do rebanho”, afirma Michel Tomazela, engenheiro agrônomo e gerente de produtos Inseticidas da IHARA.

Com o clima favorável, caracterizado por chuvas regulares, os agropecuaristas têm a oportunidade de melhorar a qualidade das pastagens, e, ao mesmo tempo, esse cenário favorece a infestação da cigarrinha-das-pastagens, que se destaca pelo alto nível populacional no ataque às gramíneas forrageiras. Segundo Tomazela, de fato, o clima favorece tanto o crescimento das pastagens quanto a proliferação das cigarrinhas.

Monitoramento e manejo das pastagens

Para evitar que a infestação comprometa a produtividade, ele considera essencial que os pecuaristas realizem um monitoramento constante das pastagens, especialmente durante o período das chuvas, promovendo o manejo adequado da cigarrinha, com o uso de inseticidas para este controle.

Na prática, as cigarrinhas sugam a seiva das plantas, injetando toxinas que causam clorose, resultando em folhas amareladas, retorcidas, secas ou até mesmo a morte da planta, o que prejudica ainda mais a qualidade do pasto. “Esse é um cenário indesejável e deve ser evitado para prevenir danos severos às pastagens. O primeiro passo é identificar rapidamente a infestação, observando tanto os adultos presentes na área quanto a formação de espumas, que indicam a presença de ninfas na base das plantas de capim”, explica o gerente.

Controle imediato

Assim, Tomazela diz que, se a presença das cigarrinhas for detectada, o combate deve ser imediato, utilizando produtos eficazes que ofereçam alto desempenho no controle da praga, prevenindo perdas e garantindo a recuperação do potencial produtivo do pasto.

Para ele, o controle eficaz da cigarrinha é uma prioridade, especialmente com os custos de produção elevados.  “O investimento no manejo, como o controle de insetos nas fases iniciais e o uso de produtos eficientes, resulta em menos gastos com alimentação suplementar ou maior aproveitamento da suplementação pelo animal, resultando em maior rentabilidade, uma vez que a qualidade das pastagens será mantida, e o desempenho do rebanho será otimizado”, detalha o especialista.

Durante o período das chuvas, quando a cigarrinha-das-pastagens está em seu pico populacional, o monitoramento das pastagens é crucial, e, conforme explica, a recomendação é que os pecuaristas realizem inspeções semanais ou, no máximo, a cada 15 dias, para identificar sinais de infestação e tratar as áreas afetadas de forma imediata.  

“Além disso, adotar um manejo integrado, com o uso de inseticidas eficientes e práticas de rotação de produtos, ajudará a controlar a cigarrinha nas fases iniciais e evitar danos maiores às pastagens”, ressalta.

De acordo com o engenheiro agrônomo, o investimento em manejo é fundamental para garantir a produtividade e a rentabilidade em longo prazo. Nesse caso, ele lembra que o controle das cigarrinhas deve ser uma prioridade na rotina de manejo da propriedade.

“Isso inclui o monitoramento contínuo das pastagens, a aplicação de inseticidas de alta eficiência e a rotação de produtos para evitar a resistência. Esse tipo de manejo não só protege a qualidade das pastagens, mas também melhora o ganho de peso dos animais, aumentando a rentabilidade por hectare”, ilustra.

Por fim, o agrônomo considera que o controle da cigarrinha é uma prioridade para os pecuaristas, especialmente considerando os custos de produção elevados, que inclui intensificar a suplementação da alimentação para os animais afetados pela queda na qualidade do pasto.


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