Desafio recorrente para os suinocultores, principalmente nos últimos anos, as temperaturas elevadas exigem medidas extras para garantir o bem-estar, a sanidade e a produtividade dos animais. As ondas de calor têm desafiado a suinocultura, elevando os riscos de estresse térmico e doenças.
Os suínos são sensíveis ao calor devido à sua baixa capacidade de dissipação térmica, ou seja, eles têm uma grande dificuldade em controlar a temperatura do corporal, o que pode reduzir o consumo de ração, afetar o crescimento e comprometer a produtividade.
“Isso pode levar à redução do consumo de ração, afetar o crescimento dos animais e comprometer a produtividade da granja. Além disso, o estresse térmico pode provocar imunossupressão, tornando os suínos mais vulneráveis a doenças entéricas causadas por bactérias comuns ao ambiente, como Escherichia coli, Salmonella Typhimurium, Pasteurella multocida, Streptococcus suis e Clostridium perfringens”, alerta a médica-veterinária e assistente técnica da Zoetis Brasil, Nara Brito.
Conforme orienta a especialista, para garantir o bem-estar dos suínos, durante ondas de calor, é essencial adotar medidas como manutenção da temperatura e umidade adequada dentro das instalações; oferta constante de água de qualidade e em temperatura amena; higienização rigorosa das baias para evitar a proliferação de patógenos; fornecimento de uma alimentação equilibrada e adequada às condições climáticas e monitoramento do comportamento dos suínos para identificar sinais precoces de estresse térmico e diagnosticar precocemente patógenos envolvidos.
“Além disso, é importante contar com o suporte técnico de especialistas para a implementação de protocolos sanitários eficazes e para a realização de tratamentos medicamentosos, se necessário. O acompanhamento de veterinários é altamente recomendado e pode contribuir com o bem-estar e a produtividade dos animais”, acrescenta Nara.
Nesse viés, ela destaca que a tecnologia tem um papel crucial na redução dos impactos do estresse térmico na suinocultura. Sistemas automatizados de ventilação e resfriamento ajudam a manter a temperatura estável dentro das granjas. Sensores de ambiente podem monitorar a umidade e a temperatura em tempo real, permitindo ajustes automáticos nos sistemas de climatização. “Esses processos automatizados são alternativas para melhorar os cuidados com os animais nas ondas de calor”, acrescenta.
De acordo com a especialista, entre os métodos de prevenção para minimizar os impactos do calor extremo na suinocultura, estão o manejo ambiental eficiente como, por exemplo, o uso de ventiladores, nebulizadores e sombreamento adequado para reduzir o calor nas instalações.
Também é preciso promover uma biossegurança reforçada, com a higienização rigorosa das instalações para reduzir a presença de patógenos no ambiente, disponibilizar para os animais uma alimentação estratégica, com ajuste na formulação das rações para garantir a ingestão adequada de nutrientes, se preparando para a redução do consumo devido ao calor.
Por fim, ela reforça a necessidade do monitoramento da saúde dos animais. “Novamente, é essencial o acompanhamento contínuo para detectar precocemente sinais de estresse térmico e agir rapidamente. É ideal pensar na prevenção de doenças em vez de depender do tratamento delas, por isso protocolos de vacinação também são altamente recomendados”, finaliza a veterinária.