18/12/2024 às 11h48min - Atualizada em 18/12/2024 às 11h48min
Federarroz critica ações do governo federal em nota oficial
Entidade aponta despreparo e ilegalidades em medidas que afetam a produção de arroz no RS
- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: Reprodução A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) emitiu, nesta terça-feira (17), uma nota oficial em que repudia as ações do Governo Federal relacionadas à produção e comercialização do arroz no país. Representando os produtores responsáveis por 70% do arroz produzido no Brasil, a entidade destacou equívocos em políticas recentes que, segundo ela, comprometem a segurança alimentar e o setor produtivo.
De acordo com a Federarroz, o Governo Federal errou ao anunciar a importação de arroz no valor de R$ 7 bilhões nos meses de maio e junho, durante as enchentes no Rio Grande do Sul, sob o argumento de possível escassez e alta nos preços. A medida, classificada como “descabida”, foi contida pela mobilização da sociedade civil e do setor produtivo. Hoje, segundo a entidade, o arroz segue disponível no mercado nacional com preços entre R$ 5 e R$ 7/kg, dependendo da qualidade.
Além da crítica à importação, a nota questiona a adoção de leilões de contratos de opção que, segundo a entidade, beneficiam uma pequena parcela de produtores com logística favorável, ao invés de fomentar de fato o setor. Outro ponto de insatisfação é a Portaria Interministerial MDA/MDS nº 15/2024, que institui o Programa Arroz da Gente.
Para a Federarroz, a portaria foi elaborada sem participação do setor e usurpa atribuições do Ministério da Agricultura (Mapa), ao propor medidas como ampliação da produção e melhoramento genético, mas sem considerar as necessidades dos produtores afetados pelas enchentes.
A entidade alerta que cerca de 30 mil hectares de arroz ainda não foram plantados na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul devido à falta de apoio governamental. Sem o Seguro Agrícola como mitigador, os agricultores familiares enfrentam um cenário de perda de produtividade, com consequências graves para a economia e a segurança alimentar. A Federarroz defende ações concretas de apoio aos produtores gaúchos como medida mais eficaz para garantir o abastecimento do arroz no Brasil.
