​Haddad reitera ​autonomia do Banco Central em meio à alta do dólar

Ministro da Fazenda afirma que autoridade monetária pode agir conforme necessário para estabilizar mercado cambial

Foto: Divulgação / Gov.br

Após a intensificação da volatilidade no mercado financeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou nesta quarta-feira, 3, que o Banco Central (BC) possui autonomia para "atuar como entender conveniente" no câmbio. Durante entrevista no Palácio do Planalto, após o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar, Haddad destacou que não há orientações específicas além da autonomia do BC nas decisões cambiais.
 
"O Banco Central tem a liberdade necessária para tomar as medidas que julgar apropriadas para a estabilidade do mercado. Estamos confiantes de que as ações que temos implementado e continuamos a entregar irão contribuir para uma acomodação do dólar", afirmou o ministro.
 
Haddad ainda mencionou uma reunião agendada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais ministros da área econômica para discutir os recentes movimentos da moeda norte-americana.
 
Em declarações anteriores à Rádio Sociedade em Salvador, Lula expressou preocupação com a valorização do dólar, caracterizando-a como especulativa e impulsionada por interesses contra o real. Ele não especificou as medidas que serão adotadas para mitigar esses efeitos, afirmando que revelá-las poderia alertar adversários.
 
Após atingir o pico de R$ 5,70, o dólar à vista (USDBRL) mostrou alguma recuperação nesta quarta, operando abaixo de R$ 5,60. Contudo, a moeda ainda acumula uma alta de 15% no ano.
 
A disputa pública entre Lula e o Banco Central foi apontada como um dos fatores principais para a recente valorização do dólar frente ao real. As declarações do presidente hoje, no entanto, contribuíram para enfraquecer a moeda norte-americana, enfatizando o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.
 
"Aqui neste governo, aplicamos medidas necessárias sem desperdício de recursos. A responsabilidade fiscal é um compromisso que será rigorosamente mantido", enfatizou Lula.