09/08/2021 às 10h45min - Atualizada em 09/08/2021 às 10h45min

Crise hídrica atinge hidrovia e diminui exportação de grãos argentinos

A Argentina vive dias de expectativa e de insegurança na economia. Enquanto as exportações caem e as importações aumentam, prejudicando a balança comercial do país, a seca no rio Paraná, cuja a hidrovia é a responsável pelo transporte da maior parte da safra de grãos, pode levar o país a perder a sua maior fonte de financiamento em dólares.

O economista Belen Rubio, da Consultoria MAPA, de Buenos Aires, disse ao site MoneyTimes que se “o nível do Rio Paraná continuar baixo no médio prazo será um problema, porque os produtos agrícolas são a maior fonte dos cobiçados dólares de exportação da Argentina para apoiar o peso, e o país já corre risco de se tornar um importador líquido de energia”.

Para o economista, a seca no Paraná escancara a falta de planejamento logístico de longo prazo, do país. Ele argumenta que a Argentina precisa de “um canal de transporte mais profundo”. As barragens respondem por 28% da energia elétrica na Argentina.

Qualquer problema com escoamento de oleaginosas na Argentina afeta o mercado mundial. É o maior exportador de farelo de soja para ração, de óleo de soja para a cozinha e para biocombustível. Também é o maior exportador de milho. No Planeta.

A crise hídrica no rio Paraná provaca diminuição das vendas argentinas ao exterior. Muito compradores estão migrando seus negócios para o Brasil por causa do preço do frete no transporte marítimo. Mesmo assim, o embarque por tonelada naquela país está 25 dólares mais barato do que no Brasil.

O rio Paraná corta, na Argentina, pampas, florestas tropicais e grande área de plantação de grãos. Ele escoa 80% da safra de grãos do país vizinho até o oceano Atlântico. O rio atingiu seu nível mais baixo desde 1940. Ao mesmo tempo em que os cientistas afirmam que o motivo são as mudanças climáticas, a crise hídrica só aprofunda os problemas causados pela pandemia.

Os vendedores de grãos estão reduzindo cargas de navios para evitar que fiquem emperrados nas áreas mais rasas do rio. O movimento, no entanto, apenas encarece a operação. Além do tempo perdido, os prejuízos podem chegar a US$ 20 bilhões.


(Fonte: MoneyTimes)


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