Apesar da colheita recorde de soja no Brasil em 2025, as margens das indústrias processadoras têm recuado, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. A combinação de grão valorizado e queda nos preços do farelo e do óleo de soja comprometeu a rentabilidade das empresas.
Entre os dias 5 e 12 de junho, a margem de esmagamento recuou 8,35%, para R$ 370,24 por tonelada em São Paulo. O retorno financeiro sobre o custo da soja caiu para 18,3%, abaixo dos 19,9% da semana anterior e dos 24,7% registrados no mesmo período de 2024.
A desvalorização do óleo de soja é atribuída, principalmente, à baixa demanda interna, especialmente pelo setor de biodiesel. Havia expectativa de que o governo aumentasse o teor de biodiesel na mistura com diesel de 14% para 15%, o que não se concretizou por temores inflacionários.
A Binatural, uma das maiores produtoras de biodiesel do país, afirmou que o setor tem capacidade para operar com índices superiores ao B15, com viabilidade projetada até para B20 e B25. Apesar disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa de esmagamento da soja em 2025 para 56,15 milhões de toneladas, recuo de 1,6% frente ao relatório anterior.