A produção brasileira de carnes deve atingir 31,57 milhões de toneladas em 2025, mantendo o volume recorde de 2024, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O desempenho é impulsionado especialmente pelas carnes suína e de frango, que crescem tanto no mercado interno quanto no externo. O levantamento divulgado na sexta-feira (13) mostra ainda um cenário de menor dependência das exportações para a China, com destaque para o crescimento das vendas às Filipinas.
A carne suína deve atingir o maior volume da história, com 5,56 milhões de toneladas — alta de 4,4% em relação ao ano anterior. Segundo Gabriel Rabello, gerente da Conab, o crescimento está ligado à diversificação de cortes para o consumo doméstico e à ampliação de mercados internacionais. A expectativa é que as exportações avancem 9,7%, chegando a 1,45 milhão de toneladas. A oferta interna também sobe, com projeção de 2,6% de crescimento, totalizando 4,13 milhões de toneladas.
No segmento de carne de frango, a projeção é de novo recorde em 2025, com 15,48 milhões de toneladas, um crescimento de 1,5%. A disponibilidade no mercado interno deve crescer 2,2%, alcançando 10,33 milhões de toneladas, enquanto as exportações tendem a se manter estáveis em 5,13 milhões de toneladas. Rabello destaca que os embarques foram impactados recentemente por um caso de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul, mas o Ministério da Agricultura já acionou o plano de contingência para conter o problema. “Com o controle da doença e a garantia da sanidade animal, os embarques devem se normalizar”, afirma o especialista.
A carne bovina, por outro lado, deve apresentar leve queda em 2025, com 10,52 milhões de toneladas, reflexo da retenção de fêmeas e inversão no ciclo da pecuária. Apesar da retração, ainda será a segunda maior produção da série histórica. A oferta ao mercado interno deve cair para 6,58 milhões de toneladas. Já as exportações seguem em alta e podem alcançar 4 milhões de toneladas. A China segue como principal destino da carne bovina brasileira, com 41% dos embarques. Os Estados Unidos também ampliaram participação, passando de 8% para 13%, com um aumento de 56% nos volumes exportados entre janeiro e abril deste ano.
Outro destaque do setor de proteína animal é a produção de ovos. A Conab estima que o Brasil deverá produzir 48,5 bilhões de unidades em 2025 — crescimento de 5,4% sobre 2024. O resultado reforça o abastecimento do mercado doméstico e consolida o ovo como uma das principais fontes acessíveis de proteína para a população brasileira.