Produção de carne bovina cai no 1º trimestre apesar de recorde de abates

Aumento no abate de vacas mais leves e queda na oferta de bois explicam redução de 1,9% na produção de carne, segundo o IBGE

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
12/06/2025 08h26 - Atualizado há 1 dia
Produção de carne bovina cai no 1º trimestre apesar de recorde de abates
Foto: reprodução

A produção de carne bovina no Brasil caiu 1,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com os últimos três meses de 2024, totalizando 2,486 milhões de toneladas, segundo dados divulgados na quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo ocorreu apesar de o país ter registrado o maior número de abates para um primeiro trimestre, com 9,87 milhões de cabeças de gado.

O principal fator para a queda na produção foi o crescimento no abate de fêmeas, que são mais leves do que os machos. Segundo a analista do IBGE Ângela Lordão, esse movimento é sazonal e esperado no início do ano, após a estação de monta. “As fêmeas não produtivas, com falha de prenhez, idade avançada ou baixa performance, são identificadas e encaminhadas para o abate”, explicou.

O número de vacas abatidas aumentou 23,1% em relação ao quarto trimestre e 8,7% na comparação anual. Já o abate de bois caiu 14,5% e 1,7% nas mesmas comparações. Como resultado, o peso médio das carcaças bovinas ficou em 251,86 kg, uma redução de 2,3% frente ao primeiro trimestre de 2024 e de 3,7% na comparação com o último trimestre.

Segundo o IBGE, a queda na disponibilidade de bois prontos para o abate no início do ano é comum, pois o quarto trimestre costuma concentrar a saída de animais dos confinamentos, deixando menor oferta imediata no início do ano seguinte.

Além dos fatores sazonais, o alto abate de matrizes (fêmeas) nos últimos anos tem reduzido o número de bezerros nascidos, o que afeta a oferta futura de bois para abate. Isso pode influenciar o desempenho da produção de carne também nos próximos trimestres.

No segmento de suínos, o abate no primeiro trimestre aumentou 1,6% na comparação anual, embora tenha recuado 0,8% em relação ao último trimestre de 2024. Ainda assim, o resultado representou o melhor primeiro trimestre da série histórica iniciada em 1997. Já o abate de frangos teve alta de 2,3% na comparação com 2024 e 1% frente ao trimestre anterior, impulsionado por recordes em janeiro e fevereiro.

 

 


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