As exportações de carne bovina à China, principal parceiro comercial do Brasil, devem ter uma queda de 2,5 milhões de toneladas em 2023, aponta o relatório do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os motivos são a economia, incertezas no segmento de hotéis e restaurantes devido às restrições por Covid e baixa oferta internacional. Outro fator que influencia na queda é o aumento de até 37% no preço da proteína, o que preocupa os importadores chineses. Para tentar driblar este problema, parte deles deve colocar o produto no varejo abaixo do preço que pagaram e, assim, evitar maiores custos com refrigeração e estocagem do produto.
Como o Brasil é o maior exportador dessa proteína para o país asiático, detendo 38% do mercado nos primeiros 7 meses deste ano, também deverá ser afetado.
Desde o início da pandemia de Covid-19, a China passou a adotar práticas de testagem, desinfecção e certificação para os produtos importados, o que pode se tornar um desafio para os exportadores brasileiros. Essas regras fitossanitárias já provocaram a interrupção de compra de várias plantas em diversos países exportadores e para o Brasil não foi diferente.
Além da queda nas importações, o consumo de carne bovina pela população chinesa também deve ter recuo de 3%, revela o relatório do USDA, que apontou que “entretanto, a carne bovina é considerada um produto de luxo pelos consumidores e o consumo deverá ser mais impactado pelas perspectivas econômicas do que pelo preço”.
Ainda assim, o país asiático deve continuar acima dos níveis históricos de consumo, permanecendo em 9,9 milhões de toneladas. O consumo de carne bovina na China ainda está muito ligado às atividades hoteleiras e de restaurantes, segmentos da economia sensíveis às restrições sanitárias para o enfrentamento da covid.
Da Redação, com CarneTec