E, como esperávamos, tivemos uma semana ainda de pressão sobre os preços da arroba do boi gordo, um pouco mais discreta e com menor adesão do pecuarista por ter uma menor quantidade de animais disponíveis e por entender que a quantidade ofertada, em geral, tende a ficar menor diariamente. Pressões e propostas menores ocorreram, mas não convenceram… Não viraram negócios de fato.
O cenário, que foi descrito há mais de uma semana aqui na coluna De Olho no Mercado, mostra que estamos realmente atentos aos movimentos dos integrantes do negócio. Contudo, há outros parâmetros para o momento atual e, como já escrito por aqui antes, junho começou como terminou maio, mas com muito menos vigor, por isso, acredito que já é possível imaginar uma realidade melhor para o preço pago ao gado pronto do pecuarista em cerca de 23 a 25 dias.
Mas o que acontece neste período?
- A expectativa frontal é arrefecer cada vez mais a oferta de animais para o abate;
- As escalas da indústria frigorífica vão continuar confortáveis, mas não frouxas como ainda estão;
- Devemos ver, em breve, um destravamento no cenário logístico da China, que tem usado o caos criado pelo lockdown naquele país como argumento para frear importações, criar barreiras sanitárias pelo Covid-19, entre outros aspectos.
A última quinzena de abril e todo o mês de maio foram marcados por forte oferta de animais para abates e ainda estamos vendo os animais deixarem os campos e outras áreas de criação para ganhar pista em direção aos frigoríficos. Este movimento será visto com certa intensidade nos próximos 10 a 12 dias em média.
Na próxima semana devemos ver propostas mais robustas da indústria frigorífica frente ao gado disponível no Brasil, com a finalidade de garantir escalas confortáveis. Portanto, se desconsiderarmos o clima, o frio, risco de geada e quantidade menor de chuvas em algumas localidades, os preços serão melhores, com maior reação na próxima semana e a luz no final do túnel fica um pouco evidente em 25 dias.
Geada no domingo pode atrasar um pouco a recuperação de preços
Por outro lado, há o risco de temperaturas muito baixas no Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e São Paulo. De acordo com os serviços de meteorologia, a frente fria atinge o Rio Grande do Sul na quinta-feira, dia 9, e ganha todo Sul, MS e SP rapidamente, com risco de geadas no domingo nos estados citados do Centro-Oeste e do Sudeste. Deve ser a maior onda de frio do ano… E se for, a depender da quantidade disponível de animais em condições de abate nas fazendas, vamos ver os compradores propondo preços menores nesta semana e na próxima, testando a resistência do pecuarista.
Para a semana, o pecuarista precisa focar nos preparativos para o inverno, alimentação e manutenção dos animais. Há uma estabilidade nos preços dos animais para abate. Melhor dizer: estabilidade por baixo, mas as quedas deram um tempo.
Para finalizar, devemos ver cenários melhores para a arroba do gado pronto neste mês. Fique atento às sinalizações de geadas, os preços tendem a ter propostas menores logo que são anunciadas.