28/10/2024 às 11h30min - Atualizada em 28/10/2024 às 13h00min
Cenário de preço do suíno permanecerá aquecido até o final do ano, afirma APCS
Expectativas positivas nas exportações e ajustes no mercado interno sustentam valorização da arroba suína
- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Divulgação / Mapa O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Junior, revelou que o cenário de preços do suíno deve se manter aquecido até o fim do ano durante a PorkExpo Brasil & LATAM 2024. A Bolsa de Suínos Paulista, realizada na última quinta-feira (24), elevou o preço pago pela arroba suína para R$ 180, equivalente a R$ 9,60 o quilo, marcando um aumento de 3,45% em relação à semana anterior.
Ferreira destacou que, apesar da expectativa de um aumento na oferta de suínos, a realidade foi oposta, com uma das piores semanas do ano em termos de disponibilidade. “Vários frigoríficos deixaram de abater animais devido à falta de matéria-prima”, explicou. Outro fator favorável à alta nos preços é o desempenho do mercado externo, com previsão de embarques de 130 mil toneladas em outubro, próximo ao recorde de 138 mil toneladas exportadas em julho. Com a cotação do dólar em torno de R$ 5,70, as exportações tornam-se mais vantajosas para a indústria do que a venda no mercado interno.
O presidente da APCS apontou que, idealmente, o preço da arroba suína deveria corresponder a 75% do valor da arroba bovina, o que seria cerca de R$ 240,00. Atualmente, o valor da arroba suína representa aproximadamente 60% do da arroba bovina, com previsões de uma nova tabela de preços para a carcaça, que deve se situar em torno de R$ 14,50 por quilo.
A expectativa para o início de 2025 é de que os preços dos grãos, especialmente o milho e a soja, influenciem o mercado de suínos. Ferreira afirmou que a relação de troca para o milho, atualmente em R$ 75 a saca, melhorou, permitindo que uma arroba suína compre duas sacas e meia do cereal. Comparando com agosto, quando uma arroba suína comprava apenas duas sacas de milho, a melhoria é significativa.
Por fim, Ferreira aconselhou os produtores a priorizarem o pagamento de dívidas e manterem a cautela em relação a novos investimentos até o primeiro trimestre de 2025, quando será possível avaliar o comportamento do mercado interno e externo.