30/10/2024 às 10h40min - Atualizada em 30/10/2024 às 10h40min

​Brasil deve superar recorde de importação de fertilizantes em 2024

Aumento de área plantada justifica crescimento das aquisições, enquanto nova lei pode beneficiar a fabricação interna

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Divulgação / Mapa
O Brasil está prestes a superar o recorde de importação de fertilizantes em 2024, impulsionado pelo aumento da área plantada e pela necessidade crescente de adubos. De acordo com as Estatísticas de Comércio Exterior (Comex/Stat), o país já adquiriu 35 milhões de toneladas de fertilizantes de janeiro até a primeira quinzena de outubro, um número que se aproxima das 40,9 milhões de toneladas compradas ao longo de todo o ano de 2023.
 
Em meio a esse cenário, a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 699/23, que institui o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert). A proposta visa beneficiar a indústria de adubos a partir dos próximos meses, com o objetivo de reduzir os custos de produção, especialmente diante do aumento das tensões no Oriente Médio, que têm levado o Brasil a intensificar suas importações.
 
Giovani Ferreira, diretor do Canal Rural Sul, projeta que, em 2024, o Brasil poderá ultrapassar a marca de 42 milhões de toneladas de adubo importado, superando também o recorde de 2021, que foi de 41,55 milhões de toneladas. Em termos financeiros, o país já desembolsou US$ 10,84 bilhões em fertilizantes até agora. Em comparação, em 2023, o total desembolsado de janeiro a dezembro foi de US$ 14,62 bilhões.
 
Ferreira ressalta a importância de se observar os preços dos fertilizantes, que têm mostrado uma tendência de queda. Em 2022, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços médios chegaram a US$ 649 por tonelada. Já em 2023, esse valor caiu para US$ 357, e neste ano, a média está ainda mais baixa, em US$ 309 por tonelada.
 
Com a expectativa de aumento da área produtiva de 79,6 milhões de hectares na safra 2023/24 para 81,5 milhões de hectares na temporada 2024/25, a necessidade de fertilizantes só tende a crescer. O Brasil enfrenta o desafio de aumentar suas importações enquanto busca desenvolver sua produção interna de adubos, numa estratégia que pode garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade do agronegócio no país.

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