Mesmo com o baixo consumo do etanol hidratado, os preços continuam aumentando porque a produção não alcança a necessidade da demanda do mercado, informa o site especializado em economia MoneyTimes.
A produção do hidratado deverá voltar apenas no começo de abril de 2022 uma vez que a atual safra foi praticamente toda colhida e moída. Portanto, sem produção e com estoques em baixa, há sim o risco de faltar etanol hidratado no mercado.
Entre s dias 25 e 29 de outubro o preço do produto cresceu 7,85%. Os dados mostram o aumento foi mais que o dobro do período imediatamente anterior. O site cita o Centro de Estudos e Pesquisa de Economia Agrícola (Cepea) que indica que todos os últimos reajustes foram acima de 15%, com exceção da última segunda-feira (25). O acréscimo foi de 13%. O último aumento foi de 17,28% há 3 dias.
Especialistas do mercado dizem que há o risco de faltar o biocombustível porque existe uma frota grande e antiga que só roda com etanol. Também têm os motoristas que fazem um mix com os carros flex e isso tende a promover uma escalada do preço.
O trading da SCA, Martinho Ono, disse ao MoneyTimes que os estoques do país que serão carregados podem chegar a 1,3 bilhão de litros nos próximos cinco meses,
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) também indicou que em apenas 18 dias os estoques mantidos nas empresas produtoras terão sido consumidos. A União conta com a produção de 250 milhões de litros de etanol de milho para essa equação. A União dos Produtores alerta para a necessidade de importação do produto.
Tanto o cenário de produção quanto o de consumo são precários. A produção do etanol hidratado recuou 50,68%, caindo para 647 milhões de litros enquanto o consumo foi de 575 milhões de toneladas, uma queda forte de 34%. O etanol anidro ganha força com a queda da competitividade do hidratado. Esse movimento provoca o aumento do consumo da gasolina, mesmo mais cara.
Segundo o site, “a safra, de fim antecipado, moeu 19,69 milhões de toneladas, menos 46,77% na comparação anual, alcançando o acumulado de 487,33 milhões/t ante 538,86” e que “as poucas unidades que ainda estão trabalhando devem processar o resto de cana que falta, em torno de 20 milhões toneladas”.
No primeiro ciclo, no Centro-Sul do país, a produção foi de 605 milhões de toneladas.
Da Redação.