Brasil envia cultivares de batata-doce e grão-de-bico em missão ao espaço

POR ESTADÃO CONTEÚDO
15/04/2025 09h40 - Atualizado há 5 horas

Brasília, 15 - A missão NS-31 da Blue Origin, empresa espacial do bilionário Jeff Bezos, levou nesta segunda-feira (14) ao espaço plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico do Brasil, desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), informou a instituição brasileira em nota. A partir da missão, a Embrapa vai iniciar pesquisas sobre cultivo da planta e do grão no espaço. A missão levou uma tripulação 100% feminina ao espaço, incluindo a cantora norte-americana Katy Perry.

De acordo com a Embrapa, as cultivares enviadas de batata-doce são do tipo Beauregard e Covington e as sementes do grão-de-bico da cultivar BRS Aleppo. A pesquisa com essas duas espécies em condições espaciais integra as ações da Rede Space Farming Brazil, parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB), informou a Embrapa. Os experimentos abrangem a produção de alimentos em ambientes fora da Terra, com alta radiação e baixa gravidade.

A Embrapa foi convidada pelo professor Rafael Loureiro, da Winston-Salem State University (WSSU), da Carolina do Norte, EUA, para participar da missão com o envio das cultivares. A astronauta que conduzirá os experimentos com as sementes brasileiras é Aisha Bowe, ex-cientista de foguetes da Agência Espacial Norte-americana (Nasa).

"A batata-doce e o grão-de-bico foram escolhidos porque reúnem vantagens agronômicas e nutricionais, quando se consideram os desafios tecnológicos e científicos de cultivar plantas no espaço. Elas são espécies adaptáveis e resilientes, de rápido crescimento e fácil manejo, que conseguem se desenvolver bem em condições adversas, mesmo com o mínimo aporte de insumos ao longo do ciclo de produção", explicou a Embrapa. Além disso, segundo a Embrapa Hortaliças, o consumo de batata-doce é nutricionalmente importante em ambientes expostos à radiação, como na lua, em Marte ou na Estação Espacial Internacional, e o grão-de-bico tem alto teor proteico.

A pesquisa espacial com grão-de-bico busca desenvolver plantas mais produtivas, com menor altura e ramificações mais eretas, um porte mais adequado às limitações do ambiente espacial, segundo a Embrapa. O experimento espacial deve acelerar o melhoramento genético dos cultivares, destacou a instituição na nota.


Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO
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