Demanda aquecida impede maior queda da arroba do boi em setembro

Exportações em alta sustentam os preços mesmo com frigoríficos operando com escalas confortáveis e concorrência da carne de frango

- Da Redação, com Canal Rural
08/09/2025 09h06 - Atualizado há 9 horas
Demanda aquecida impede maior queda da arroba do boi em setembro
Foto: Arquivo Pessoal

O mercado do boi gordo segue mostrando resiliência na virada de setembro, mesmo diante das pressões típicas do início do mês. Apesar de algumas indústrias enfrentarem escalas de abate mais abastecidas, a demanda — especialmente no mercado externo — permanece em ritmo acelerado, ajudando a segurar qualquer tendência de queda mais acentuada nos preços da arroba.

Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, os frigoríficos de maior porte contam com contratos a termo e confinamentos próprios para manter suas operações com conforto e segurança, o que normalmente exigiria espaço para redução de preços, mas encontra na alta das exportações um importante fator de contraponto.

No campo das exportações, os números do mês passado reforçam esse cenário de sustentação. Em agosto, o Brasil embarcou um total de 268,562 mil toneladas de carne bovina, com média diária de 12,788 mil toneladas — 23,5% acima do mesmo período de 2024. A receita alcançou US$ 1,504 bilhão, com média diária de US$ 71,622 milhões e preço médio por tonelada de US$ 5.600, refletindo uma valorização de 56% no valor diário médio, 23,5% no volume diário e 26,3% no preço médio em relação a agosto de 2024.

Enquanto isso, as cotações da arroba permanecem estáveis, ainda em patamares sólidos nas principais praças. Até este domingo (7), São Paulo permaneceu com o valor em R$ 312,17, enquanto Goiás registrou R$ 303,57 e Minas Gerais fechou em R$ 299,12. Ademais, Mato Grosso do Sul registrou R$ 319,66 e Mato Grosso ficou em R$ 311,69.

Atacado

No atacado, já se observa um ambiente mais aquecido e com reajustes nos preços. A expectativa é de que esse movimento se mantenha ao longo dos próximos dias, impulsionado pela entrada dos salários na economia e pela consequente recomposição entre atacado e varejo. Mesmo assim, Iglesias ressalta que a carne de frango segue como forte concorrente — com preços mais acessíveis — o que limita o impulso de valorização da carne bovina.

Entre os principais cortes bovinos, os preços também registraram ajustes positivos. O quarto traseiro segue cotado em R$ 24 por quilo; o quarto dianteiro subiu para R$ 18,10, aumento de R$ 0,10; e a ponta de agulha alcançou R$ 17,10, também com alta de R$ 0,10.


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