O mercado físico da arroba do boi gordo registrou cenário de acomodação nesta quinta-feira (4), sustentado principalmente por uma combinação de demanda forte e escalas de abate confortáveis. De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos de maior porte ainda operam com tranquilidade em suas escalas, graças ao apoio de contratos a termo e do uso de confinamentos próprios.
Outro fator essencial para a sustentação dos preços é o bom desempenho das exportações brasileiras de carne bovina. Em agosto, o país embarcou 268,5 mil toneladas — 23,5 % a mais que o mesmo período de 2024 — resultando em receita média diária 56 % maior e aumento de 26,3 % no preço médio da tonelada.
Nas principais praças pecuárias, os preços médios da arroba oscilaram levemente em relação ao dia anterior. Em São Paulo, passou de R$ 313,00 para R$ 312,17, enquanto Goiás recuou de R$ 306,61 para R$ 303,57 e Minas Gerais caiu de R$ 299,71 para R$ 299,12.
Mato Grosso do Sul avançou de R$ 319,20 para R$ 319,66. Já Mato Grosso apresentou uma leve queda de R$ 313,38 para R$ 311,69.
No atacado, o mercado registra ajustes positivos. O avanço nos preços está associado, sobretudo, à entrada dos salários na economia, que estimula a reposição entre atacado e varejo.
Entretanto, o analista ressalta que a carne de frango continua sendo uma opção mais competitiva, principalmente para consumidores de menor renda, o que exerce pressão sobre a carne bovina.
Entre os cortes bovinos, houve aumentos nas cotações: o quarto traseiro subiu para R$ 24,00 por quilo; o quarto dianteiro está sendo negociado a R$ 18,10, aumento de R$ 0,10; e a ponta de agulha alcançou R$ 17,10, também com alta de R$ 0,10.