O mercado brasileiro de frango apresentou preços mistos nesta semana, com o segmento no Centro-Sul do país lutando para encontrar espaço para valorizações. A principal causa, segundo o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, é a elevada disponibilidade de produto no mercado doméstico, resultado da paralisação de importantes fluxos de exportação.
Os embargos impostos pela China e pela União Europeia à carne de frango brasileira têm sido um fator determinante para a situação. A regularização dessas exportações é vista como a chave para “enxugar” a oferta interna e permitir uma reação nos preços. A única variável positiva, de acordo com Maia, é a acomodação nos custos de nutrição animal, refletindo o recuo nos preços do milho e do farelo.
No atacado, a oferta elevada continua pressionando os cortes do frango. Apesar das expectativas positivas de consumo no curto prazo, impulsionadas pelo recebimento de salários, a proximidade do Dia dos Pais e os preços competitivos da proteína frente à carne bovina, os cortes resfriados e congelados registraram quedas pontuais.
No atacado de São Paulo, o preço do quilo do peito congelado caiu de R$ 9,60 para R$ 9,45. O quilo da asa também teve desvalorização, passando de R$ 10,30 para um patamar inferior. Em contrapartida, o quilo da coxa permaneceu estável em R$ 6,70.
Nas exportações, os números de julho evidenciam a dificuldade do setor. O valor médio diário das vendas externas de carne de aves recuou 17% em comparação com julho de 2024, enquanto a quantidade média diária exportada teve uma queda de 13,7%.